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CCZ confirma que sacrifica animais, mas contesta denúncia de agressão

08/09/2014 08h20

Ainda conforme Iara, o procedimento de sacrificar animais aparentemente doentes é comum.

Campograndenews

Contra versão da estudante Aline Félix, que acusa funcionária do CCZ de agressão e prisão arbitrária na sede da unidade, o Centro de Controle de Zoonoses parte para o ataque. Foi registrado um boletim de ocorrência contra ela e o marido, identificado apenas como Felipe, por desacato a servidor público, injúria e lesão corporal contra a médica veterinária Ana Paula, que foi quem os atendeu no CCZ.

A briga começou porque o casal teria questionado os funcionários sobre o paradeiro de um cão recolhido ontem e, supostamente, sacrificado.

Na delegacia, Ana Paula garantiu que havia acabado de assumir o plantão, por volta do meio dia, quando a confusão começou. A veterinária mostrou alguns arranhões nas mãos, na testa e o jaleco dela foi rasgado.

De acordo com a representante do órgão, Iara Domingos, Aline e o esposo chegaram no local “muito agressivos” e com os “ânimos exaltados” e, até o momento, nem se sabe ao certo a qual animal eles se referiam na conversa que gerou todo o problema.

Eutanásia –

Ainda conforme Iara, o procedimento de sacrificar animais aparentemente doentes é comum. “Se você ligar hoje no CCZ e disser para qualquer funcionário: ‘ontem vocês recolheram um animal com muitas lesões e que estava com leishmaniose’, a gente informa, a gente não tem nada a esconder, então falamos isso para você. Se provavelmente tinha leishmaniose, ele foi morto, provavelmente”, conta.

Segundo ela, amanhã (8) a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai emitir uma nota sobre o caso. Para Maria Lúcia Metello, membro do Conselho de Defesa dos Direito dos Animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), é possível que seja solicitada uma necrópsia do cão, caso tenha mesmo sido morto. O objetivo é verificar “se houve, de fato, necessidade de eutanásia.”

Processo – A denúncia de maus tratos contra o cachorro será encaminhada ao Ministério Público Estadual, de acordo com o advogado Diego Nassif, que representa Aline Félix.

Segundo o advogado, não houve apresentação de documentos que comprovem a eutanásia do animal, nem a causa que a indique como solução mais adequada para a situação do cachorro.

Além disso, pelo fato de Aline e o esposo terem sido impedidos de sair do CCZ no momento da confusão, o Centro de Controle pode vir a responder civil e criminalmente pela atitude dos funcionários. “Há um entendimento de que houve exagero (por parte do CCZ)”, afirma.

Protetora Aline preferiu não mostrar o rosto. Ela está detida na Depac Piratininga. (Foto: Kleber Clajus)