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Afinal, o Brasil tem jeito? – Por Fabiano Faria

05/04/2017 14h

Fabiano Faria empresário do setor de transportes há mais de 15 anos

Divulgação: Dora Nunes

Em tempos de “especialistas”, sobretudo em redes sociais, muito se ouve dizer, ou melhor, ler, que o Brasil encontra-se afundado em uma crise política e econômica. Até aí não é novidade nem para os brasileiros, nem para o resto do mundo.

Assistimos diariamente ações policialescas colocando na tão temida cana, políticos e operadores desses políticos de parcos escrúpulos, bem como, estamos ouvindo o sibilar do chicote do judiciário finalmente soar para quem massacrou, por tanto tempo, a população brasileira.

Não é crível assistirmos passivamente uma ex-primeira-dama comprar brincos de quase dois milhões de reais, derivados de impostos pagos por quem produz pelo país. Não é aceitável que uma centena de políticos corruptos, cuja palavra “corrupto” virou eufemismo, enriqueçam ilicitamente, enquanto o pai de família desempregado não consegue mais alimentar os seus, porque alternativa não restou ao empresário senão fechar sua empresa e demiti-lo. Da mesmo forma, não é aceitável que esse mesmo exemplo seja contemplado com prisão domiciliar para cuidar dos seus filhos menores, enquanto milhares de mães amamentam seus filhos à beira da grade em suas celas superlotadas.

Mas o fato é que, traçando um paralelo, assistimos finalmente o fim da impunidade. Se muito há por vir, é uma incógnita, no entanto, já é um bom começo. Então, para uma democracia, sentimos que o peso e a medida do judiciário para os malfeitores do Brasil estão por certo equilibrados, ainda que seja à contra gosto de alguns.

Se o judiciário finalmente está funcionando, a política ainda necessita de muitíssimos ajustes, haja vista que, é sempre no apagar das luzes que se tenta passar alguma medida, lei, decreto ou emenda. De outra banda, há que se considerar também os gastos do funcionalismo público. Ontem, o Congresso divulgou o gasto com passagens aéreas e pasmem, foram 47 milhões de reais para esses “trabalhadores” passearem Brasil afora.

Mas, será que realmente passearam? Creio que não! Como passagens aéreas fazem parte de suas verbas (assim como tantas outras coisas), estou certo que o pagamento do bilhete até pode ter sido realizado à alguma agência amiga mas, o voo desse dinheiro certamente foi direto para os cofres de cada um de nossos não tão ilibados parlamentares.

Então, a reforma política é mais que necessária. Mas, como forçar uma mudança no formato da política brasileira? Com sapato na rua! Somente tomando as ruas e protestando, com um objetivo muito bem definido é possível que esse cenário mude.

Entretanto, vamos concordar: É difícil conscientizar o brasileiro que somente assim o país melhora. Ivete Sangalo, Claudia Leitte (devedora de captações irregulares da Lei Rouanet), Bloco Bola Preta, Bloco do Baixo Augusta, e outros tantos blocos de carnaval espalhados pelo Brasil nessa época reúnem, infinitamente, mais pessoas que qualquer tipo de protesto por melhorias. Logo, se vê que o corrupto não é o único culpado.

Os “especialistas” das redes sociais também comparecem à esses blocos no “carnavalzinho” nosso e também comparecem massivamente nas redes odiando a Dilma, o Temer, o Cunha, o Moro e até o Maduro, na sua revolucionária Venezuela em franco êxodo.

Até aqui, vimos um judiciário que está funcionando além do ladrão de galinhas, que está colocando na assombrosa cana alguns políticos e facilitadores que enfiaram o Brasil nesse caos. Vimos também que a reforma política pode vir acontecer mas, que é preciso que o próprio brasileiro tenha uma gota de noção no oceano de ignorância e largue, por alguns dias, sua cervejinha e suas festas, para se organizar, ganhar as ruas e exigir mudanças que são salutares para que o país efetivamente caminhe de forma sustentável, evitando que se eleja alguém que irá passar 04 longos anos se defendendo de acusações das mais diversas, como vem ocorrendo.

Agora, no campo econômico, estamos vendo segundo os números (mas ainda não sentindo), algumas melhoras. Desde a saída de Dilma, a expiração de Marcelo Odebrecht segundo Ele mesmo, a taxa monetária (SELIC) baixou, houve uma leve recuperação na economia com baixa no índice de retração, pois, embora não haja crescimento, não descer mais já é um grande negócio. A PEC do teto de gastos foi aprovada e agora o público não pode mais gastar como se não houvesse amanhã; a reforma da previdência certamente ajudará na retomada da confiança dos investidores estrangeiros e será isso que fará o país voltar a crescer.

Somente investimentos nas empresas brasileiras é que são capazes de fazer a engrenagem da nossa economia girar novamente. O governo não é indutor de economia coisa nenhuma como dizem milhares de pseudo-comunistas. É por essa idéia de mais Estado que um país diminui até quebrar – vide Venezuela. Indutores de economia são as empresas, que geram emprego e renda, que devolvem o dinheiro para a economia local e distribuem boa parte para financiar o dito assistencialismo que ainda é um mal necessário.

Necessitamos de mais empresas! O olhar sobre o empreendedorismo deveria ser lançando em primeiro lugar. O Brasil não pode ser um país de gente tapada cuja primeira opção é o emprego público, porque se todo mundo viver pendurado no Estado, uma hora faltará quem subsidie essa conta. É preciso estudar, empreender!

Há uns dez anos ouço que empresa tal é do filho do Lula, que a outra recebeu financiamento do BNDES e por aí vai. Não é possível que em 2017 ainda convivamos com cérebros reduzidos. O Brasil é economia de mercado, estamos abertos ao capital estrangeiro, originamos fundos de investimentos para que grandes projetos possam vir à ser grandes empresas mas, falta para o brasileiro, infelizmente, pensar grande ou, simplesmente pensar.

Vejam o Paraguai, um sonho: 1% de imposto para empresas estrangeiras que instalarem suas linhas de produção sob a condição de exportarem o produto final; energia elétrica 70% mais barata, funcionário com um custo 110% menor que no Brasil em razão dos impostos, além de um custo de vida muito menor.

Política desenvolvimentista é assim que se faz e não aumentando impostos para cobrir os custos dos desvios e dos desmandos de um grupelho criminoso.

Falta muito para o Brasil sair desse emaranhado de ilusões que se meteu mas, se faz mais que necessário a união em prol do primeiro passo. O Brasil tem jeito? Não, chega de ser o país do jeito, do “jeitinho”. O Brasil tem que ter solução!

Sobre o autor

Fabiano Faria empresário do setor de transportes há mais de 15 anos, empreendedor e autor do livro Manual da Maquila 1.0 – regime legal de produção industrial que concede benefícios tributários para empresas estrangeiras que levam seus investimentos para o solo paraguaio.

E-mail: [email protected]
Instagram: @realfabiano

Afinal, o Brasil tem jeito? - Por Fabiano Faria

Afinal, o Brasil tem jeito? - Por Fabiano Faria