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Agressão contra gandula enfraquece ainda mais o cambaleante futebol de MS

20/02/2018 13h30

*Edilson José Alves

O cambaleante futebol de Mato Grosso do Sul escreveu no último domingo mais um capítulo vergonhoso. Cenas de selvageria promovidas por dois adultos que se dizem profissionais contra um jovem sonhador que fica a beira do campo para apanhar a bola, causaram indignação principalmente daqueles que são realmente desportistas.

Tadeu Francisco Kutter, 19 anos, atleta da categoria de base do Comercial e gandula de jogos profissionais, foi brutalmente agredido depois de comemorar um gol da sua equipe em jogo disputado no último domingo no Estádio Morenão, em Campo Grande.

Quando o colorado marcou contra o rival o jovem pulou de alegria. No mesmo instante foi surpreendido por dois brutamontes, identificados como o massagista Raul dos Prazeres dos Santos Neto, de 51 anos, e pelo jogador Jeferson Reis de Jesus, 22 anos, ambos do Operário.

Raul teria iniciado a sessão de agressão. A sequência da pancadaria ficou por conta de Jeferson, que não teve dó, muito menos piedade, e nem se importou em estar sendo filmado já que a partida entre as duas equipes da Capital estava sendo transmitida ao vivo pela TV Morena. As imagens rodaram o Brasil e o mundo.

Em nenhum momento a vítima esboçou revidar, tentava apenas de forma angustiante proteger o rosto, mas em vão, as pancadas fizeram sangrar a boca e o nariz, além de muitas escoriações em todo o rosto.

Se fosse uma daquelas lutas de MMA o narrador diria “Jeferson derrubou Tadeu e já de guarda passada foi para a montada e começou a trabalhar os golpes diretos na cabeça usando esquerda e direita. O domínio era tão claro que não precisou nem trabalhar as cotoveladas curtas e utilizar o mata-leão”.

A vítima foi levada a delegacia de Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência contra os agressores, que agora terão de responder pelos seus atos. Não seria exagero uma denúncia de tentativa de homicídio, já que nem todo ser humano resistiria a tantas pancadas na cabeça como suportou Tadeu Francisco Kutter.
Muitas vezes até quem está acostumado a apanhar não aguenta. Em junho do ano passado o lutador canadense Tim Hague morreu depois de ser nocauteado numa luta de boxe, na cidade de Edmonton, no Canadá. Tim sofreu uma hemorragia cerebral, foi levado em condição crítica para um hospital, mas acabou morrendo.

Se um profissional de luta não resiste a tantas pancadas na cabeça, imagina quem não está preparado para isso. Portanto, os envolvidos devem ser punidos ou até quem sabe banidos do futebol, para evitar que o nosso combalido, fracassado e reprovado campeonato promovido pela nossa Federação continue escrevendo páginas tão horríveis como a de domingo, dia 18 de fevereiro de 2018.

*Jornalista

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