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Artigo: Dez execuções em 45 dias

23/02/2017 16h30

Por: Edilson José Alves

Divulgação: Dora Nunes

A onda de violência tomou proporções alarmantes. As pessoas morrem de medo dentro de casa e são poucos que se arriscam a ficar dando bobeira nas ruas. Em alguns estados do Brasil, o clima é de guerra civil, com explosões de caixas eletrônicos, saques em lojas, ônibus, carros e caminhões incendiados, entre outras cenas. Em Ponta Porã, somente neste ano pistoleiros praticaram até a semana passada 10 execuções, sendo que a última desta estatística ocorreu quarta-feira no Jardim das Rosas. Em Dourados, um jovem advogado foi morto e teve o corpo incinerado dentro do próprio veículo. Já em Campo Grande, um vídeo mostra um homem com as mãos amarradas e sendo morto a tiros e facadas.

É impressionante como não se tem mais amor pela vida. O pior é que muitos daqueles que matam, acabam impunes. Muitos crimes causam forte comoção, gera revolta, mas depois caem no esquecimento. Na última quarta-feira, um rapaz que estava com amigos no Jardim das Rosas foi morto por pistoleiros. Os executores chegaram ao local, um campo de futebol, mandou todo mundo se deitar no chão e foram perguntando nome por nome até chegar ao alvo. Mataram, como escrevemos outro dia, sem dó, nem piedade.

Foi a 10ª vítima deste tipo de crime e estamos apenas em meados de fevereiro. As estatísticas aumentam dia-a-dia. O que não se consegue ver são os investimentos em segurança pública. Claro que por estar situada numa região de fronteira, a prática de ilícitos acaba facilitada. Mas, deveria ser por esse ângulo que os governantes deveriam olhar para Ponta Porã. Justamente por ocupar está posição geográfica no mapa, que o município deveria contar com mais investimentos, não apenas em aparelhamento, mas, principalmente, em material humano. O efetivo que temos na Polícia Militar não pode fazer mais do que já faz.

E não é só Ponta Porã que vive essa situação de insegurança. Em Dourados, o advogado e repórter fotográfico, Valmir Leite Júnior, foi morto e o corpo encontrado carbonizado em um veículo da sua propriedade. O carro estava abandonado na periferia da cidade. Valmir estava fazendo curso de medicina em Pedro Juan Caballero e, por motivos ainda desconhecidos, foi morto de forma brutal.

E o que poderíamos dizer sobre o que ocorreu em Campo Grande. A gente fica impressionado quando terroristas aparecem executando alguma pessoa na frente de uma câmera de televisão. Na nossa capital, um homem teve as mãos amarradas, como fazem os terroristas, teria sido ordenado a dizer algumas palavras e depois foi executado com tiros e esfaqueado. O caso, segundo a polícia, ocorreu na região conhecida como Cachoeira do Ceuzinho.

Os nossos governantes precisam agir rápido. Pelo o que estamos vendo todos os dias, não resta dúvida de que o mal está vencendo o bem. O estado brasileiro está perdendo de 10 a zero para a criminalidade. O juiz Odilon de Oliveira havia dito para mim em uma entrevista a cerca de uma década que o poder público, os organismos de segurança, incluindo o judiciário, precisavam se organizar porque o crime, segundo ele, já se mostrava muito bem organizado.

*Jornalista

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