15.8 C
Ponta Porã
sábado, 20 de abril, 2024
InícioNotíciasArtigo: O Libertador Divino

Artigo: O Libertador Divino

19/07/2016 15h

Por: Paiva Netto

Divulgação: Dora Nunes

Existe um Libertador cuja influência transcende limites ou datas humanas: maio ou novembro*²? Sua atuação é constante. Enquanto houver fome, desemprego, falta de teto, menores sem escola e carinho, idosos sem amparo e afeto, gente sem quem a conforte, há uma inadiável emancipação de todas as etnias ainda por fazer.

Consigna a História personagens notáveis, que dignificaram a existência terrestre (…). Entretanto, ao inexorável passar do tempo, da lembrança dos povos vai esmaecendo a fama das realizações de muitos deles, somente restando os seus nomes e uma pálida recordação dos seus feitos.

Um desses vultos históricos de todos os tempos e de todas as nações gloriosamente resiste. Cada vez mais fulgura a presença luminosa. Sua marca indelével firma-se na memória dos homens “Passará o Céu, passará a Terra, mas as minhas palavras não passarão” (Lucas, 21:33).

Sua vida — infância, juventude, pregação da Boa Nova, padecimentos, morte, ressurreição — não encontra paralelo na Terra: “Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou” (João, 8:23).

Depois Dele, a vivência do ser humano nunca mais foi a mesma: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. Aquele que vive e em mim acredita não padecerá eternamente” (João, 11:25 e 26).

Sacudiu as Almas e convocou para Belém a diligência dos poderosos. A Seu respeito profetizou Simeão: “Eis que este Menino está destinado para a ruína e erguimento de muitos, e para alvo de contradições” (Lucas, 2:34).

Desde a infância, manifestou o Seu elevado saber: aos doze anos já pregava aos doutores da lei, revelando o Seu Divino conhecimento. Falava-lhes com avançada sabedoria. Deixava-os atônitos e em demorada reflexão, tamanha a sublimidade das lições que as Suas réplicas encerravam: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê Naquele que me enviou, já passou da morte para a Vida Eterna” (João, 5:24).

Esse extraordinário Ser que nasceu sob a expectativa dos milênios, para O qual os Anjos da Milícia Celeste entoaram o “Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens da Boa Vontade de Deus”*³ (Lucas, 2:14);

— que sacudiu os alicerces da sociedade: “Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus, 24:2);

— que admoestou os desatentos: “Assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, será a Volta do Filho de Deus” (Mateus, 24:27);

— que advertiu os ociosos: “O Cristo voltará na resplandecência divina, com os Seus Anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Mateus, 16: 27);

— que fez estremecer os soberbos e desfrutáveis: “Ai de vós, porque, se hoje rides, amanhã lamentareis e chorareis” (Lucas, 6:25);

— que enfrentou os pretensiosos e arrogantes do mundo: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro que vós no Reino de Deus” (Mateus, 21:31);

— mas que convocou à responsabilidade os gozadores infrenes: “Assim como foi na época de Noé, será a Vinda do Filho de Deus. Nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até que ele entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio a inundação, e os levou a todos. Da mesma forma, ocorrerá a Volta do Filho de Deus. (…) Ficai, por consequência, atentos! Vigiai e orai, porque não sabeis quando será o dia ou a hora” (Mateus, 24:37, 39 e 44), e Marcos, 13:32 e 33);

— que instruiu os sábios e entendidos do mundo: “O meu ensino não me pertence, e sim Àquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se Eu falo por mim mesmo. Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria grandeza; mas o que busca a glória de quem o enviou, esse é verdadeiro e nele não há injustiça” (João, 7:16 a 18);

— e que ensinou aos apóstolos e discípulos aquilo que constitui o grande anseio dos filósofos, e que não pôde revelar a Pilatos, pois este não o entenderia: “Santifica-os, Pai, na Verdade, a Tua Palavra é a Verdade” (João, 17:17);

— que confortou os desesperados: “Vinde a mim todos vós que estais exaustos e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mateus, 11:28);

— que mostrou o caminho da verdadeira libertação: “Conhecereis a Verdade (de Deus), e a Verdade (de Deus) vos libertará” (João, 8:32);

— que se eternizou na História, porque fez morada nos corações oprimidos pela ameaçadora paz dos homens, os quais, por isso, anseiam por aquela que provém de Deus; portanto, a que o mundo não tem para lhes oferecer (João, 14:27);

— que disse ainda, em memória do Profeta Oséias (6:6): “Misericórdia quero, não holocausto” (Mateus, 9:13); pois sem misericórdia não há Paz;

— e que doou a Sua vida por nós, indistintamente, pois Ele próprio aconselhou: “Se fizerdes bem apenas àqueles que vos beneficiam, que divina recompensa havereis de merecer?” (Lucas, 6:33).

Quereis saber o Seu nome? Jesus!, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, ipso facto, sem resquícios de intolerância, porquanto Ele, para a redenção nossa, é Amor elevado à enésima potência!

“A Claridade perene, que vinda ao mundo, ilumina todo homem” (João, 1:9).

Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual
(…) A verdadeira alforria do Espírito Imortal do ser humano será aquela fortalecida pela cultura do respeito mútuo, cuja riqueza consiste na multiplicidade de ideias em favor da Paz entre todos. Igualmente virá pela Instrução e pela Educação, iluminadas pelo sentido da Espiritualidade, que é Amor e Justiça, Ciência e Amor, para todas as etnias. Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual, de preferência em consonância com esta instigante sugestão do Sublime Reformador: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas” (Mateus, 6:33).

Porquanto, de uma maneira ou de outra, todos reconhecem Nele personalidade ímpar. A Sua passagem pelo planeta tem afastado da soberba o sentimento de multidões inumeráveis: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja esse servo de todos”*4 (Marcos, 10:43 e 44). “Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (João, 8:7).

Ora, quem não erra neste mundo?!…

Jesus projetou-se na História para ensinar-nos, com o Seu próprio exemplo, um roteiro ideal para a Paz: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (João, 13:34 e 35).

Mensagem aos crentes e ateus

A mensagem desse Excelso Benfeitor sobrepaira além de religiões, ideologias, etnias. Fala às Almas de crentes e ateus e nada tem a ver com os excessos de diferentes gerações que se martirizaram pelos séculos. Os seres humanos deveriam ecumenicamente estudá-la, esmiuçando o Seu pensamento ético, social, econômico, filosófico, político e religioso, singularizado no gesto de socorrer, na angústia e no desespero, as viúvas e os órfãos, os sedentos e os famintos, os nus, os enfermos e os presos, de corpo e de Alma (Mateus, 25:34 a 40).

A nossa homenagem, pois ao Libertador Divino, que, primeiro, nos alforria de nós mesmos, indicando-nos o caminho da Luz Celeste. A essência do Seu Evangelho, a Solidariedade, emancipa as criaturas de todas as origens, visto que as transforma de dentro para fora: “Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto aprendi com meu Pai vos tenho dado a conhecer” (João, 15:15).

Tela: Bartolomé Esteban Murillo