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Futebol de MS: “O Começo do Fim”

03/05/2018 16h10

Futebol de MS: “O Começo do Fim”

*Edilson José Alves

Ao ser informado de mais uma reeleição do ‘eterno’ Francisco Cezário para mais um mandato de quatro anos à frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), me veio à mente o filme com o título “Do Começo ao Fim”, do diretor Aluizio Abranches, rodado no ano de 2009, provocando debates sobre tabus da sociedade brasileira.

O filme de Abranches estrelado por Fábio Assunção e Júlia Lemmertz, entre outros grandes atores nacionais, colocou em discussão temas como homossexualidade e incesto. O filme conta a história de dois irmãos que se tornam amantes e vivem uma extraordinária história de amor. Abranches diz que a intenção foi apenas de mostrar uma história de amor, enquanto os críticos disseram que ao invés do romantismo, o filme deveria ter tido uma abordagem mais realista.

E o que tem em comum o filme de Abranches e a história “amor” de Cezário com a FFMS? Será que parecido com “Do Começo ao Fim” não estaríamos começando a escrever uma nova saga, desta vez com o título: “O Começo do Fim” do nosso futebol? Clubes ‘cambaleantes’, estrutura zero e todos os anos campeonatos deficitários, sem atrativos e sem público nos estádios o que é pior. Será que não passou da hora de repensar isso? De apostar em cabeças novas, que possam criar alternativas para fazer do futebol de Mato Grosso do Sul algo mais interessante?

Cezário teve sua reeleição garantida com 35 votos a favor e apenas 2 contra e 2 abstenções. Ele como em eleições anteriores soube fazer a articulação para garantir os votos para se manter no poder. Impressionante é que clubes com história importante dentro do nosso futebol votaram a favor da manutenção de um modelo que nós já sabemos que não dá certo. Se desse, os estádios não estariam sempre vazios e os clubes não estariam nas condições em que estão atualmente.

O presidente reeleito disse que é preciso pensar no futuro. Resta saber de que futuro está falando. O torcedor espera por um futebol de melhor qualidade desde o seu primeiro mandato e já estamos entrando no seu sexto mandato. É uma verdadeira ditadura, sem a mínima chance para ideias novas, para novos projetos. Se fosse algo que estivesse dando certo, até que seria tolerável. Mas não é.

Como o filme de Abranches, será que não está na hora de se discutir esse tabu de manter sempre o mesmo dirigente à frente de uma instituição tão importante? Será que não é este o momento, quando o País está sendo passado a limpo, para que possamos também fazer uma abordagem mais realista do nosso futebol?

Vale lembrar que para conquistar mais um mandato não foi um ‘bicho de sete cabeças’. Francisco Cezário foi reeleito sozinho para presidir mais uma vez a FFMS, mas em compensação elegeu 8 (oito) vice-presidentes, a maioria dirigentes de clubes profissionais do Estado. Dessa forma quem é vice não pode trabalhar contra a própria chapa. Assim fica fácil.

*Jornalista

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