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Propinas podem ter elevado os preços das tarifas de pedágios

28/02/2018 15h30

*Edilson José Alves

As revelações trazidas à tona pelas investigações da Polícia Federal e que foram denunciadas pelo procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, sobre propinas nas privatizações de estradas federais no estado do Paraná, já era da minha desconfiança desde as primeiras vezes que utilizei estas vias para chegar aos estados do sul do Brasil. É até fácil deduzir que existem ‘rolos’ se levarmos em conta os preços das tarifas praticadas por uma e outra concessionária.

No mês de janeiro passado eu mesmo já havia levantado a ‘lebre’, mais uma vez, durante viagem à Santa Catarina. Enquanto no Paraná o pedágio de uma concessionária chega a custar até R$ 12, uma outra empresa cobra tarifas na faixa de R$ 2 em outros trechos da mesma estrada. Como nós, pobres viventes e escravos do pagamento de taxas e impostos, poderíamos entender tamanha disparidade.

Na semana passada seis pessoas foram presas no Paraná e uma delas era justamente o diretor do Departamento de Estradas de Rodagens. Ele foi apontado como suspeito em um esquema milionário de propinas naquele estado. Mas, além dos supostos envolvidos presos, muitos outros, principalmente políticos podem ter algum tipo de envolvimento. Numa negociação dessas não é de se duvidar que existam pessoas do alto escalão do governo paranaense e nem de autoridades de Brasília, principalmente deputados e senadores.

É preciso que se investigue a fundo. Que se puna os corruptos. Chega a causar repugnância ver tanta gente se locupletando ao assumir cargo público. O pior é que o Paraná está dando outros maus exemplos.

O “homem da mala” aliado do presidente Temer é de lá, o governo estadual vive mergulhado em denúncias graves. O povo não aguenta mais. Privatizar uma rodovia é uma iniciativa elogiável, mas precisa ser feita de forma honesta, que não lese o cidadão. A maioria da população concorda em pagar, mas o preço precisa ser acessível. Não tem como aceitar rodovias pedagiadas que praticamente retiram o direito constitucional de ir e vir.

E já que o assunto é privatização de estradas federais, cabe lembrar que exista uma cogitação nos meios políticos a possível instauração na Assembleia Legislativa de uma comissão parlamentar de inquérito – CPI – para investigar o contrato de Mato Grosso do Sul com a CCR MS Vias. A empresa continua cobrando e até aumentando valores das tarifas na BR-163, mas não cumpre o cronograma da obra de duplicação desde abril do ano passado e quer uma revisão do contrato para o período de 30 anos.

Se a concessionária não cumpre e mesmo assim o cidadão é obrigado a pagar, o Estado já deveria ter agido no sentido de suspender a cobrança ou de fazer cumprir o que está no contrato. Seria interessante que os nossos deputados realmente instalasse a CPI e convocasse os diretores da CCR não apenas para dar explicações, mas para ouvir de forma definitiva se vão ou não cumprir com suas obrigações. Se não vão, então que a cobrança da tarifa de pedágio seja imediatamente suspensa nos 800 quilômetros da BR-163 privatizados e que cortam o Mato Grosso do Sul.

*Jornalista

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Propinas podem ter elevado os preços das tarifas de pedágios

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