COP30: Cidades discute protagonismo do Sul Global em soluções para abastecimento de água

Crédito: Adams Mercês/MCID

Belém (PA) – No quarto dia de programação da Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), o Ministério das Cidades participou do painel “Implementação dos Indicadores da Meta Global de Adaptação (GGA): liderança do Sul Global em Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para resiliência hídrica”. Na ocasião, o ministro das Cidades, Jader Filho, comentou a experiência brasileira nesta área e defendeu o protagonismo das cidades na discussão climática.

O painel contou, ainda, com a participação da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, da presidente do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), Luciana Botafogo, do vice-presidente de estratégia da OPEC Fund para Desenvolvimento Internacional, Musab Alomar, e do diretor do Climate Champions Team, Ramiro Fernandez.

Em sua apresentação, o ministro Jader Filho destacou ações municipalistas do Governo Federal, como o Novo PAC Seleções, e defendeu um esforço coletivo para inclusão dos entes subnacionais na discussão e implementação da adaptação climática das cidades. 

“A palavra que eu mais ouvi nos últimos dias de COP foi ‘implementação’. Quem conhece melhor o dia a dia de qualquer cidade no mundo do que as pessoas que vivem nessas cidades? Não é Nova York, Londres, Brasília ou Santiago que sabe o que cada cidade do mundo passa. São elas próprias. Temos que lembrar que só 77 países assinaram a declaração CHAMP (Coalizão para Parcerias Multiníveis de Alta Ambição para Ação Climática). Isso é preocupante, pois a implementação é um passo fundamental pra gente atacar as raízes dos problemas que as mudanças climáticas estão trazendo”, iniciou o ministro.

“Por exemplo, nas seleções do Novo PAC que fizemos nos últimos anos, nós, em Brasília, recebemos diversas propostas e as atendemos, com base nos dados, pra darmos a destinação correta dos recursos. Também estamos executando o Marco Legal do Saneamento e estabelecemos concessões dos serviços de água e esgoto à iniciativa privada, com o intuito de atingirmos as nossas metas de universalização. Por isso, esse contato entre os entes subnacionais é essencial, pois eles que precisam apontar suas prioridades para nós. Aqui faço uma convocação a todos vocês. O que nós pudermos fazer para convencer os negociadores, precisamos fazer, pois os entes subnacionais precisam ser ouvidos. Não haverá solução de implementação se os estados, municípios e comunidades não estiverem envolvidas nesse processo”, concluiu.

A ex-presidente chilena Michelle Bachelet compartilhou a realidade vivenciada pelas comunidades do Chile na área de saneamento e abastecimento de água. “Entendemos que o saneamento básico é um objetivo muito importante a ser alcançado, pois está diretamente ligado ao bem estar e saúde das pessoas. No Chile, estamos em um momento de adaptação com relação ao abastecimento de água, pois isso traz impactos tanto no desenvolvimento das nossas comunidades urbanas e rurais, quanto na própria produção de alimentos. Precisamos focar nas pessoas. Tudo o que é feito pelo poder público deve ser voltado ao bem estar das pessoas”, declarou.

Luciana Botafogo, por sua vez, destacou o papel da Fonplata no fomento de investimentos locais. “Somos um banco que financia municípios, zonas de fronteira e pequenas cidades. Trabalhamos com saneamento urbano, drenagem, água, entre outras áreas. Vemos que cada vez mais temos alagamentos, deslizamentos de encostas e muitas mortes. O problema é que nunca sabemos quando isso vai acontecer. Por isso viemos na COP discutir formas de aplicar soluções baseadas na natureza pra podermos replicar nas cidades e mitigar riscos muito antes que tais eventos aconteçam”, pontuou.

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Fonte: Ministério das Cidades