Começou a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30)! E o Ministério da Pesca e Aquicultura também já deu início a uma jornada de diversos eventos para colocar os setores pesqueiro e aquícola na linha de frente do combate à crise climática. O primeiro deles foi o lançamento do “Roteiro Belém-Campo Grande para a Pesca e Aquicultura Sustentáveis” (“Belém–Campo Grande Roadmap for Sustainable Fisheries and Aquaculture,”), ocorrido nesta terça-feira (11/11), na capital paraense.
O roteiro conecta a COP30 à 5ª Conferência das Partes da Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS), que será realizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de 23 a 29 de março de 2026. Neste sentido, a ideia é engajar a sociedade, os governos e os países sobre a conservação e a gestão responsável dos recursos pesqueiros.
O secretário-executivo de Pesca e Aquicultura, Edipo Araujo, discursou na apresentação do roteiro Belém-Campo Grande. “Esse roteiro marca o trajeto que queremos trilhar na COP30 na Amazônia e a COP15 no Pantanal brasileiro. Nesse trajeto queremos mobilizar nossos parceiros nacionais e internacionais com o objetivo de construir um plano de ação coletivo voltado à geração de dados e monitoramento, visando o melhor manejo da atividade pesqueira na Amazônia”, declarou.
Cooperação entre países amazônicos
Um dos principais objetivos do roteiro é promover a integração entre os países que fazem parte da Amazônia para a conservação dos estoques pesqueiros compartilhados, apontado por especialistas como um desafio em um cenário de mudanças climáticas.
Apesar de desafiador, Edipo acredita que a pesca e aquicultura sustentáveis são essenciais para a conservação da floresta e a proteção da biodiversidade. “A pesca gera emprego e renda para milhões de pessoas nas comunidades amazônicas. Os pescadores sabem que dependem da saúde dos rios, mares e florestas para terem peixes em abundância, sendo fonte de sustento para todas as famílias. Por isso resistem à devastação da Floresta Amazônica, cuidam dos seus ecossistemas costeiros e aquáticos. Os pescadores e pescadoras são verdadeiros guardiões dos territórios em que vivem”, acrescentou.
No mesmo painel, a presidente-executiva do Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana, Carmem García, falou sobre os esforços da instituição pela pesca sustentável. “Nós temos uma agenda muito corajosa. Isso inclui o fortalecimento de serviços financeiros e o cooperativismo como forma de agregar valor e consolidar as cadeias produtivas sustentáveis”, ressaltou.
A vice-ministra de Pesca e Aquicultura da Noruega também participou e falou sobre a importância dos sistemas aquáticos para a segurança alimentar. “A Noruega é abençoada com mares ricos e uma longa linha costeira e nossa gestão de recursos baseada na ciência nos deu uma posição forte. Aprendemos por experiência que o ecossistema determina o quanto podemos colher e quais métodos devemos usar para manter ou aumentar os estoques, proteger os recursos e minimizar a captura”, afirmou.
A COP30 continua até o dia 21 de novembro, com cobertura especial em todos os canais do MPA.


