02/06/2017 13h
Fabrício de Souza é Radialista, DJ, Promoter
Divulgação: Dora Nunes
PERDAS …
“Falar em perdas é falar em solidão,
tristeza, desesperança,
medo.
Quando digo perdas,
não estou apenas me referindo
aos que morrem,
mas a todos que de alguma forma,
nos deixam prematuramente,
antes que estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe,
um namoro interrompido
abruptamente e até mesmo um
ente querido que se vai,
provoca sempre em nós uma
sensação de vazio.
E porquê isso?
Porque sofremos tanto,
mesmo sabendo que estas perdas
ou partidas inesperadas são
inerentes á vida,
e que portanto,
náo podemos controlá-las?
Não saberia responder
com precisão á pergunta feita
em cima,
mas,
o que me parece mais
coerente é que nunca estaremos
prontos para nos acostumarmos
com a falta dos que amamos.
Por mais que saibamos,
que a qualquer momento
eles nos faltarão,
temos sempre a predisposição
em acreditarmos que quem
nos ama nunca nos traíria,
nos privando do seu carinho,
afecto e amor.
Ledo engano.
São justamente os que
mais amamos,
que mais nos machucam
com suas partidas inesperadas.
Vão-se sem aviso prévio,
e levam a nossa felicidade,
a fé na vida,
o equílibrio …
O que fazer então?
Não amarmos?
Não nos permitirmos gostar
de alguém pelo simples facto
de que seremos,
mais cedo ou mais tarde,
deixados para trás na vida,
entregues ás nossas angústias
e remorsos por não termos dito
tudo ou não termos feito o
suficiente por eles?
Creio que não.
Se há algo na vida que
mais nos trás felicidade,
é sabermos que somos queridos
e não seria honesto nos privarmos
de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe,
o carinho de um amigo
ou o afecto de uma relação a dois,
deve sempre se sobrepor
ao medo da perda.
Porque ela é inevitável;
o sentimento não.
Deve de ser exercitado,
todos os dias de nossas
breves vidas.
Ele é o que nos move,
nos dá o chão para que possamos
caminhar pela vidacom a certeza de que,
haja o que houver,
teremos sempre alguém
com quem contar,
que nos apoiará mesmo nos
momentos em que não
tenhamos razão.
Esta, meus amigos,
deve de ser a maior lição
deixada pelos que partem
sem nos avisar:
lembrar-nos que devemos
sempre curtir aqueles que amamos
com a intensidade proporcional
á brevidade de uma vida.
Porque quando nos faltarem,
saberemos que amámos
e fomos amados,
que demos e recebemos todo
carinho esperado,
que construímos um sentimento
que nenhuma perda poderá apagar.
Este sentimento transcende
o espaço e o tempo,
não se limita ao contacto físico.
Torna-se parte de nós,
impregnado em nossa alma,
nos confortando nos dias dificeís,
sendo cúmplices de nossas
vitórias pessoais,
norteando nossa conduta,
nos fazendo sentir eternamente amados.
Que me perdoem os físicos,
mas neste caso,
acredito sim que dois corpos
podem ocupar o mesmo
lugar no espaço.
Basta que permitamos,
sentir a presença dos que amamos,
dentro de nós,
como se fossem parte
de nossa alma.
Só assim seremos inteiros.