Ponta Porã mais uma vez amanheceu de luto por causa do Covid-19 que a cada dia leva mais rostos conhecidos da sociedade fronteiriça.
Faleceu nessa madrugada, o empresário Paulo Cezar Vendramini Ferreira, proprietário da conhecida loja GRAZYELLA MODAS, localizada no centro da cidade.
Há vários dias Paulo Vendramini lutava contra essa terrível doença, chegando até mesmo a ser extubado e presentar certa melhora, porem teve que ser novamemente entubado, não resistindo as consequencias da doença. Ele estava em um hospital em Campo Grande-MS.
Com sua voz grave, estilo bonachão, sempre atendia a todos que ehegavam em sua loja com muita atenção e carinho, logo de cara oferecendo um cafezinho. Com certeza, Paulõ, como era mais conhecido, já deixa saudades, não só para sua esposa como para filhos, netos, amigos e clientes.
A família informa que o velório será das 14 às 16h no Pax Primavera na Avenida Brasil, em Ponta Porã.
Ponta Porã passa o número de 260 mortos num contexto de mais de 500 mil vidas perdidas no Brasil. Paulão não é apenas um número, ele é o amor de alguém, ele tinha sonhos que ficaram para trás. A doença lhe roubou quantos anos de vida? Nunca se saberá.

O cordelista Braulio Bessa que recentemente se salvou do Covid, escreveu um lindo poema, denominado Inumeráveis. Que tenhamos empatia pela dor do outro. Leia na íntegra o poema que vai como uma homenagem do Pontaporainforma ao amigo Paulão, à Laís Tonetto, ao Mauro Camargo, Marcus Pistório, Dr Roberto Aspetti, Rony Lino, Ruth do mercado Karina e tantos outros pontaporanenses que foram vitimados pelo coronavírus.
Inumeráveis
Autor: Bráulio Bessa
Andre Cavalcante era professor
amigo de todos e pai do Pedrinho.
O Bruno Campelo seguiu seu caminho
Tornou-se enfermeiro por puro amor.
Já Carlos Antônio, era cobrador
Estava ansioso pra se aposentar.
A Diva Thereza amava tocar
Seu belo piano de forma eloquente
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.
Elaine Cristina, grande paratleta
fez três faculdades e ganhou medalhas
Felipe Pedrosa vencia as batalhas
Dirigindo Uber em busca da meta.
Gastão Dias Junior, pessoa discreta
na pediatria escolheu se doar
Horácia Coutinho e seu dom de cuidar
De cada amigo e de cada parente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.
Iramar Carneiro, heroi da estrada
foi caminhoneiro, ajudou o Brasil.
Joana Maria, bisavó gentil. E Katia Cilene uma mãe dedicada.
Lenita Maria, era muito animada
baiana de escola de samba a sambar
Margarida Veras amava ensinar
era professora bondosa e presente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.
Norberto Eugênio era jogador
piloto, artista, multifuncional.
Olinda Menezes amava o natal.
Pasqual Stefano dentista, pintor
Curtia cinema, mais um sonhador
Que na pandemia parou de sonhar.
A vó da Camily não vai lhe abraçar
com Quitéria Melo não foi diferente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.
Raimundo dos Santos, um homem guerreiro
O senhor dos rios, dos peixes também
Salvador José, baiano do bem
Bebia cerveja e era roqueiro.
Terezinha Maia sorria ligeiro
cuidava das plantas, cuidava do lar
Vanessa dos Santos era luz solar
mulher colorida e irreverente.
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.
Wilma Bassetti vó especial
pra netos e filhos fazia banquete.
Yvonne Martins fazia um sorvete
Das mangas tiradas do pé no quintal
Zulmira de Sousa, esposa leal
falava com Deus, vivia a rezar.
O X da questão talvez seja amar
por isso não seja tão indiferente
Se números frios não tocam a gente
Espero que nomes consigam tocar.