22/10/2015 06h50
Os caminhões e carretas chegam a ficar 15 dias na fila de espera para seguir viagem.
Por: Tião Prado
Os auditores fiscais da Receita Federal de Ponta Porã, assim como a de todo Brasil, estão realizando a ‘Operação Tartaruga’ na fronteira. O serviço de atendimento na Aduana é executado na segunda, quarta e sexta-feira e na terça e quinta-feira paralisam as atividades deixando de atender um grande número de transportadoras que usam os serviços da Receita.
A reportagem do site Pontaporainforma esteve no estacionamento da Receita onde estão os caminhões e carretas esperando a liberação para seguir viagem, seja para o território paraguaio ou para entrar no Brasil. Em conversa com vários motoristas fomos informados que hoje estão parados em torno de 250 caminhões de várias partes do Brasil e do Paraguai esperando a liberação dos documentos para poder seguir viagem.
No momento em que acontecia a entrevista aos motoristas que estão parados no pátio, um funcionário da Receita Federal veio até a calçada, embaixo de uma árvore, e começou a fazer a chamada através dos números das placas dos caminhões e carretas que estavam com os documentos em ordem os quais poderiam seguir viagem para o país vizinho. Foram liberados em torno de 45 veículos naquele momento, sendo que fomos informados que outra relação sairá na sexta-feira, dia 23.
Os motoristas reclamam que o grande problema enfrentado é a demora por parte da Aduana, já que chegam a ficar de 7 a 15 dias na fila a espera da liberação da documentação para dar sequência a viagem e fazer a entrega dos produtos.
Outra reclamação é causada pelos caminhões que estão carregados com raspa de couro, sub produto do couro que vai para as indústrias onde é a base da gelatina. Esse material, devido aos produtos químicos usados, exalam um forte odor ocasionando mal estar nas pessoas que estão por perto.
A higiene também é um problema que os caminhoneiros tem que enfrentar, pois só existe um banheiro no local que é cedido para o motoristas tomar banho contando apenas com um chuveiro, o que acaba causando bastante transtorno.
Um motorista informou que chegam em torno de 10 a 20 caminhões por dia e que, devido a lentidão na liberação dos veículos, a região onde está a Receita Federal fica cheia de caminhões se estendendo até as proximidades do parque dos Ervais.
O auditor Silvano Martins da Costa, que responde pela chefia da Aduana local, informou que este setor da Receita Federal conta com quatro auditores e no momento, apenas dois estão trabalhando, pois um está de férias e o outro foi deslocado para a cidade de Porto Murtinho para atendimento ao porto que foi reaberto para transporte de cargas.
Além da ‘operação tartaruga’ que está acontecendo em todo país, eles ainda precisam do apoio dos fiscais do MAPA (Ministério da Agricultura), que fazem a fiscalização das cargas perecíveis, principalmente de carnes e derivados.
Com relação a documentação, a informação é de que primeiro o documento chega até os despachantes aduaneiros que recebem as notas, fazem a conferencia e depois encaminham para a Receita que tem que fazer novamente a conferencia e depois libera as cargas e muitas vezes os fiscais tem que fazer a conferencia das mercadorias nos caminhões e carretas para saber se a mercadoria que está entrando no país é realmente a que está na nota fiscal.
O trabalho é muito complexo, falta funcionários para exercer todas as atividades, o estacionamento está sempre cheio causando transtorno até para o transito do local. A grande esperança é que o projeto que está pronto para a construção de uma grande estrutura para atender a todos a contento, na saída para Dourados, nas proximidades do mini-anel, saia do papel, mas para isso precisa da doação da área por parte da prefeitura e da liberação da verba por parte do órgão Federal.
Os protestos dos auditores são por melhoria salarial, valorização da categoria, plano de cargos e carreiras, melhores condições de trabalho e mudança no regimento interno.
Paraguai:
O auditor Silvano informou que uma medida que pode ser considerada drástica, está para ser colocada em prática nos próximos meses, que é passar a usar a estrutura do serviço aduaneiro de Pedro Juan Caballero. Já foi feita uma avaliação do local, que é amplo e abrigaria todos os usuários com segurança e tranquilidade o que ocasionaria um único serviço entre as duas aduanas e as cargas seriam lideradas com maior rapidez.
O local precisa melhorar a infraestrutura, não só para os caminhoneiros, mas também para o pessoal que realiza os trabalhos de fiscalização das cargas.



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