
Mais uma vez a questão atendimento no pronto de socorro do Hospital Regional Dr. José de Simone Neto em Ponta Porã, é colocado em dúvida devido a um fato que aconteceu na noite de terça-feira (28).
Segundo o relato que foi divulgado nas redes sociais e uma nota encaminhada pelo whats à redação do Pontaporainforma, conta a história do que aconteceu naquele local. Confira o relato logo abaixo.
“Nunca trago nada assim aqui, mas isso aqui pra mim é importante demais. Essa é a dona Maria (Foto), gente, uma senhora que não sabemos se é brasileira ou paraguaia, abandonada pela família, por todos. “

“Cheguei no Hospital Regional de Ponta Porã para um atendimento para minha filha e me deparei com a dona Maria lá, segundo as informações desde as 6 horas da manhã, chorando e gemendo de dor, sendo “devorada“ viva por moscas e vermes. Deus quando eu vi comecei a pedir pra atenderam ela, a enfermeira disse: “Ela vai ter que esperar pois tem gente com casos mais graves”, (mais graves do que ser devorada viva?). Eu corri lá fora e perguntei para as pessoas se alguém ali estava mais grave que aquela senhora, o pessoal respondeu que nãooooooo.”
“Acontecendo isso, o pessoal do hospital foi “obrigado” a atender a dona Maria e ninguém queria mas eu estava chorando muito vendo a situação de abandono e descaso dessa vida meu Deus. Fiquei com ela até o atendimento, curativos e por fim a médica disse que encaminharia ela para o hospital regional do Pedro Juan Caballero.”
“Foi informado que a Dona Maria tem “demencia“. As pessoas estavam ali reclamando do mal cheiro que exalava do ferimento da perna da paciente, médicos, enfermeiros e todos ali se quer se importaram. A enfermeira da triagem ainda me disse que fui lá para estragar o plantão dela. Estragar o plantão dela? aquela pessoa ali é um ser humano, é uma senhora viva com fortes dores. Ai, mais é caso de UPA. Por que? se ali no atendimento pronto socorro tinha pessoas sendo atendidas apenas com uma tosse enquanto ela estava sentindo imensa dor. Vocês não tem idéia de quantos vermes. “
Segundo o relato, a denunciante foi ao Cras e Caps e ficou sabendo que dona Maria era internada na área da psiquiatria do hospital e liberaram ela.
A pessoa que enviou a reclamação ao Pontaporainforma disse que chegou ao hospital por volta das 13h30min e que a senhora estava lá desde as primeiras horas da manhã e não tinha sido atendida ainda.
Depois das reclamações das pessoas presentes no local, já por volta das 14h30min, dona Maria foi atendida novamente e feito o curativo necessário.

Foi informado para declarante que a dona Maria havia recebido os primeiros atendimentos, mas como não quis tomar banho, foi colocada em um banco do lado de fora do hospital, perto da emergência.
Nessa quarta-feira, dia 29, por volta das 10h15min, a redação do Pontaporainforma conversou por mensagem de whats com a nova diretora do Hospital Regional, senhora Leticia Carneiro a respeito do assunto e de imediato ela retornou e comunicando que o assessor de comunicação que iria falar conosco. Porém, até o fechamento da matéria, a ‘nota’ do assessor de comunicação não havia chegado a redação. Dessa feita, fica o espaço aberto para posterior divulgação da resposta acerca do caso no Hospital Regional da cidade.
Informamos ainda que essa não é a primeira reclamação que recebemos em referência ao atendimento, as horas de espera que muitos enfrentam no Pronto Socorro, porem esse caso realmente chamou a atenção pelo fato de uma pessoa estar sendo “devorada” por vermes ainda em vida, o que é bastante chocante e desesperador.
Em época passada, frisamos que o antigo diretor do Hospital, Demétrius do Lago Pareja, sempre atendia a imprensa de imediato, já buscando solucionar os problemas existentes.
As 11h47min o setor de Comunicação do Hospital Regional dr. José de Simone Neto enviou a sua nota oficial, que está publicada abaixo:
Nota oficial
O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, em Ponta Porã, informa que a paciente deu entrada na manhã da última terça-feira (28/03) no Pronto Socorro da unidade, apresentando úlcera na perna esquerda com presença de miíase – caracterizada pela infestação de larvas de moscas na pele. Seguindo protocolo de atendimento, a equipe imediatamente isolou a paciente, ofertou a higienização da ferida, bem como realizou curativo e atribuiu alimentação. Após os procedimentos, a mesma seria medicada, porém recusou-se e evadiu-se do hospital, retornando no começo da tarde, onde foi prontamente reconhecida pela equipe de enfermagem e recebida dentro das classificações de risco estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo novamente atendida e realizada a aplicação de segundo curativo.
Importante ressaltar que em nenhum momento foi recusado atendimento e a direção desconhece negligência hospitalar, uma vez que nas duas oportunidades a paciente recebeu os cuidados necessários. O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto atua em parceria com a Assistência Social de Ponta Porã em casos de pacientes que encontram-se em situação de vulnerabilidade social.
Por fim, e como alerta de prevenção à população, vale lembrar que o fluxo de atendimento do hospital aumentou no último mês devido epidemias de Arboviroses (doenças causadas por vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela) e quadros respiratórios.