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domingo, 19 de maio, 2024
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Tarcísio de Freitas diz que um ‘futuro Bolsonaro’ pode estar entre os alunos de escolas cívico-militares

A declaração foi feita durante a instalação da Frente em Defesa às Escolas Cívico-Militares; Bolsonaro também estava presente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que, ao olhar para as crianças, “pode estar vendo um futuro presidente Bolsonaro”. A afirmação foi feita durante a instalação da Frente Parlamentar em Defesa das Escolas Cívico-Militares, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (6).

“A escola é uma grande escola de ferramentas, onde vocês vão ter as ferramentas para vencer no mercado de trabalho e contribuir para o nosso país. Olho para essas crianças e posso estar vendo um futuro presidente Bolsonaro lá na frente.”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também estava presente ao evento e usou o espaço para defender a metodologia de ensino, definindo as instituições do tipo como locais de “disciplina e hierarquia”.

“Nós queremos nossos filhos melhores do que nós. E só tem um caminho para isso: uma escola de qualidade […]. Algo que se tenha disciplina e hierarquia. Se consegue isso, em grande parte, nessas escolas cívico-militares, colégio militares, escolas preparatórias, escolas militarizadas”, discursou Bolsonaro. 

O ex-presidente fez uma comparação entre os estudantes das escolas cívico-militares e de outros locais. Disse que o primeiro grupo está tendo “uma oportunidade de aprender, de fato, muita coisa”, enquanto a outra parcela “é estimulada a ter toda a liberdade na sala de aula, a não ter qualquer exemplo de bons modos, qualquer noção de disciplina”. “Faça uma prova entre esses dois grupos: tenho certeza que vocês [alunos de escolas militares] terão, no mínimo, uma nota 50% maior, então vocês vão vencer na vida”, opinou. 

O presidente da frente parlamentar, o deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS), criticou o posicionamento do atual governo em descontinuar a política de implementação desse tipo de instituição de ensino. “Outro dia, cobrei explicações do ministro da Educação, Camilo Santana, sobre os motivos para extinguir o Pecim [Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares].  O ministro me respondeu afirmando que esse projeto não tem respaldo legal e não apresenta evidências científicas de que o modelo traz melhorias para a educação. Caros alunos, é uma pena que o ministro tenha faltado a essa aula e não tenha feito o dever de casa. Não escutou prefeitos, diretores, pais e, principalmente, os alunos beneficiados com esse modelo”, afirmou.

Em julho, o Ministério da Educação (MEC) enviou um ofício a todas as secretarias de Educação do país para informar que o Pecim será encerrado no fim deste ano. Segundo o documento, a decisão partiu de uma avaliação feita pela pasta em conjunto com o Ministério da Defesa. O projeto foi criado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, 216 escolas da modalidade estão em funcionamento em todo o país.

De acordo com o ofício, um processo de “desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvido em sua implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao programa” deve ser iniciado, e medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo dentro da normalidade devem ser adotadas.

Tumulto e protesto

A participação causou grande tumulto na Câmara dos Deputados. Na chegada do ex-presidente, marcada por empurrões e gritaria, crianças que foram ao local participar da sessão chegaram a ser imprensadas entre adultos, mas ninguém ficou ferido. 

Bolsonaro fez uma caminhada, cercado de diversos deputados e senadores da base aliada, da chapelaria da Câmara ao auditório onde ocorreu a cerimônia, próximo ao acesso do Anexo 2 da Casa. No trajeto e já no local da cerimônia, o ex-presidente foi ovacionado pelo público, que o chamou de “mito” e pediu sua volta à Presidência. 

A sessão também foi marcada por protestos. Um grupo de estudantes foi ao local com placas contrárias às escolas cívico-militares e dizendo: “Educação não é repressão”. Meninas do grupo foram reprimidas com gritos de “fora comunistas”. Uma mulher disse que as alunas queriam “se prostituir e bater em professor”. 

Fonte: R7