
Todos os dias, milhões de passageiros passam pelos aeroportos brasileiros e embarcações navegam mares e rios de norte a sul, transportando passageiros e milhares de toneladas e bens de consumo, commodities e outras mercadorias. Esse intenso movimento só é possível porque, como afirma o especialista de operações da Brasil Terminal Portuário, Vicente Costa, “quem faz a diferença são as pessoas”.
Do atendimento ao cliente à organização de logística e infraestrutura, são os trabalhadores a força motriz para o desenvolvimento econômico do Brasil, incluindo os setores de portos, aeroportos e hidrovias.
A história de Vicente se entrelaça com a do Porto de Santos. São 40 anos de atuação, em diversas áreas do porto. Ele acompanhou o começo da evolução tecnológica que moderniza e oferece segurança às operações do maior e mais importante complexo portuário da América Latina.
“Gosto de tecnologia, gosto de aprender, mas o que eu mais gosto são as pessoas. Você pode ter o melhor terminal do mundo, o melhor piso do mundo, o melhor software do mundo, mas quem faz a diferença são as pessoas”.
Uma de suas maiores alegrias profissionais foi entrar em um navio. “Perdido, não sabia para onde iria, o que tinha que fazer, era um mundo diferente, eram pessoas diferentes, culturas diferentes. Para mim é um crescimento dia após dia”, relatou.
Primeira turma de mulheres
Se Vicente contribui para as operações em terra firme, é nas águas que a capitã de cabotagem da Marinha Mercante, Leomar das Graças Martins de Moraes, se destaca. Formada há 25 anos na primeira turma de mulheres do Brasil, Leomar ajudou a abrir caminhos para outras mulheres atuarem em embarcações.
“Só havia homens a bordo, ninguém estava preparado para nossa chegada. Hoje, estamos amparadas, está melhorando cada dia mais”. Atualmente, as mulheres são 17% de todos os trabalhadores do setor aquaviário.
Igualdade
Entre as melhorias estão ações para ampliar a presença feminina de mulheres e coibir o assédio. O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) lançaram, no ano passado, o Guia de Enfrentamento ao Assédio no Setor Aquaviário, um manual de boas práticas para combater o assédio contra mulheres que trabalham nos portos e na navegação brasileira.
Já a premiação Portos + Brasil, do MPor, passou a reconhecer os portos com maior participação de mulheres, através da nova categoria “Igualdade de Gênero”. Os vencedores foram a Companhia das Docas da Paraíba e o Terminal de Grãos Ponta da Montanha, em Barbacena, Pará.
Asas para Todos
No setor aeroportuário, o programa Asas para Todos fomenta a diversidade, a inclusão, a capacitação e a formação aeronáutica na aviação civil. As atividades são direcionadas a estudantes de baixa renda, mulheres, profissionais da área, além de passageiros e servidores da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Quando o supervisor de aeroporto iniciou sua trajetória na aviação, há 41 anos, não havia ainda ações como o Asas para Todos. “As mulheres ocupavam, no máximo, o cargo de secretárias”, contou. Ele entrou na Infraero aos 15 anos. Realizou diversos cursos e concursos internos e passou por diversas áreas de atuação.
Ao longo dos anos, presenciou muitas mudanças, como a popularização dos aeroportos por meio de tarifas mais baixas, reformas, mudanças de gestão e viu cada vez mais mulheres ocupando cargos de liderança.
Carlos trabalhou no Galeão entre 1983 e 1999. Lá, recepcionou celebridades, como o jogador Pelé e a Seleção Brasileira de Futebol. Em 2000, passou a trabalhar no Aeroporto Santos Dumont, também no Rio de Janeiro (RJ). Agora, ele se prepara para a aposentadoria. “Já sinto saudades. Cada dia no aeroporto é diferente, é apaixonante”, descreveu.
Garantia de direitos
Para quem trabalhou durante toda a vida, aposentar-se deve ser sinônimo de segurança e descanso. Por isso, o MPor, tem buscado mecanismos para garantir os direitos dos trabalhadores. Em abril, o Governo Federal pagou a cerca de 8 mil trabalhadores e aposentados do Portus Instituto de Seguridade Social a primeira parcela, no valor de R$ 54 milhões, de um acordo firmado entre governo, autoridades portuárias, beneficiários e suas representações.
O valor total é de R$ 2,1 bilhões, referente a pagamentos represados desde 2020, e reajustes salariais. O acordo também prevê benefícios imediatos a partir de agora, como reposição de 12,81% sobre os benefícios atuais e a recuperação de benefícios que haviam sido suspensos.
Construção conjunta
O MPor também inovou ao criar os Fóruns de Trabalhadores Aquaviários, Portuários e da Aviação Civil. As pautas desses fóruns são construídas de forma conjunta, no geral, giram em torno de temas como capacitação profissional, atualização de regras de trabalho, saúde e segurança são temas comuns entre eles, assim como a luta por equidade de gênero.
Para o futuro, a previsão é de crescimento, seja pelos investimentos bilionários para ampliar e modernizar os modais de portos e aeroportos, seja pela abertura de diálogo e ações de fortalecimento dos direitos dos trabalhadores. “É apaixonante, você se especializa e adquire conhecimento, meu conselho é ‘vá e se apaixone’, declarou Carlos.
A jovem Isabelle de Castro Benevides, 1ª Oficial de Náutica, também expressou amor por sua profissão. “Viajamos, conhecemos vários portos e interagimos com pessoas do mundo todo. Fazemos parte da logística que movimenta tanto o mercado nacional quanto o internacional. Para quem deseja ingressar, eu digo: venham, vocês vão gostar!”.
Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos
Fonte: Portos e Aeroportos