Gilberto Waller assumiu INSS na semana passada em meio à crise na instituição.
O novo presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Gilberto Waller Júnior, disse nesta segunda-feira (5) que ainda não há uma data para devolver o dinheiro dos beneficiários vítimas da fraude envolvendo associações. No entanto, ele afirmou, em entrevista à RECORD, que o presidente Lula cobrou que a solução seja encontrado o “mais rápido o possível”.
Gilberto Waller também destacou que o dinheiro será devolvido diretamente aos beneficiários prejudicados e que se alguém entrar em contato falando que vai viabilizar o ressarcimento é golpe. “O ressarcimento vai ser para o beneficiário, não terá intermediário”, ressaltou. Segundo ele, há uma preocupação de não causar mais transtornos para as vítimas e que elas não caiam em novos golpes. “Será de maneira rápida, ágil e desburocrática”, garantiu. Waller assumiu a presidência do INSS na semana passada, após a demissão de Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo após a operação da PF (Polícia Federal) que revelou a fraude.
O presidente disse ainda que o patrimônio das associações envolvidas será usada para fazer o ressarcimento das vítimas. Afinal, ele argumentou que não é justo que tenha “pessoas andando com Porsche a custa de gente passando fome”, em referência aos bens apreendidos durante a operação da PF (Polícia Federal). “Por isso, a gente abriu o processo contra as instituições para conseguir junto a procuradoria o bloqueio de bens”, afirmou.
Por fim, Gilberto Waller também tentou tranquilizar os aposentados e pensionistas que estão preocupados se foram vítimas. Ele disse que ainda não tem um número fechado da quantidade de recursos desviados, mas que o número é menor do que os R$ 6 bilhões divulgados pela Polícia Federal. “Não é R$ 6,9 [bilhões] chega no máximo a R$ 5,9, mas estamos depurando. Uma coisa que é importante é que nossos segurados estão muito receosos, mas o INSS tem mais de 40 milhões de beneficiários, 34 não está nessa leva. E são 6 milhões de benefícios, não pessoas, muitas vezes uma pessoa cancelava e era captada por outra instituição”, detalhou.
O que se sabe sobre a fraude
A operação da PF e da CGU foi deflagrada em 23 de abril e cumpriu 211 mandados judiciais, incluindo ordens de busca e apreensão, sequestro de bens, avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e seis mandados de prisão temporária.
As investigações apuram um esquema nacional de cobranças indevidas em benefícios do INSS. De acordo com as apurações, aposentados e pensionistas foram alvo de descontos não autorizados de mensalidades associativas, aplicados diretamente sobre os valores de aposentadorias e pensões.
Fonte: R7