
Situada no coração geográfico do Brasil, Brasília recebe, de 6 a 9 de maio, a etapa final da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (5ª CNMA) para debater as políticas públicas relacionadas à emergência climática.
Para além da representação territorial, a diversidade de vozes da 5ª CNMA se manifesta a partir da formação das delegações de cada estado, definidas com base em critérios de inclusão, respeitados por todos: 50% dos representantes devem ser negros, 50% mulheres e 20% pertencentes a povos e comunidades tradicionais.
A delegada Janeth Ribeiro veio do sul do estado do Maranhão, do município de Açailândia, trazendo na bagagem as expectativas para este momento político histórico. “Esse debate vem em um momento de democracia, e ele é fundamental para discutirmos a sobrevivência do ser humano e a preservação do futuro do nosso planeta”, acredita.
Assessora da Associação de Catadores e Catadoras de Material Reciclado de Açailândia, Janeth entende a Conferência como um espaço para todas as vozes, especialmente as marginalizadas. “A gente tem a nossa luta, mas quer, não só a inclusão dos catadores e catadoras de materiais recicláveis, como também dos indígenas, das mulheres, dos quilombolas e de todos que ainda são esquecidos”, destaca a assessora.
Vindo da cidade de Parintins (AM), Kilmer César é desenvolvedor de software e tem utilizado seu conhecimento para contribuir com a formação e conscientização sobre a proteção do meio ambiente.
Para a etapa final da Conferência, Kilmer afirma que veio à capital federal com seu interesse focado no eixo que trata da educação ambiental. “Aqui estamos todos no sentido de colaborar. Meu foco é educação ambiental. Tenho uma proposta que foi aprovada na conferência do nosso estado e que gostaria que estivesse entre as 100 principais: o meio ambiente como matéria para as escolas de ensino médio”, comenta.
Irene Carniatto é professora de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e, há 33 anos, pesquisa e trabalha com alunos da graduação e da pós-graduação, no mestrado, sobre a questão ambiental.
Moradora do município de Cascavel (PR), a docente avalia a retomada do espírito democrático no processo da conferência como fundamental para as respostas à emergência climática. “Essa retomada é fundamental, porque nós somos um país muito diverso. Nós temos tantas realidades. Nós temos um território que basicamente aponta para todas as potencialidades e todas as dificuldades que o planeta atravessa. Então, é fantástico ouvirmos cada uma dessas pessoas.”
De São Gabriel da Cachoeira (AM), Sidineia Cardoso, pequena agricultora do povo Baniwa, espera poder colaborar com a conferência demonstrando sua experiência na produção de alimentos em harmonia com a floresta. “Eu faço parte de uma associação do meu povo que tem mais de 500 pessoas e, lá, a gente produz sem prejudicar a floresta. É possível todo mundo fazer assim”, relata Sidineia.
Delegada da cidade anfitriã da 5ª CNMA, Adna Santos, conhecida como Mãe Baiana, do terreiro de candomblé Ylê Axé Oyá Bagan, dá as boas-vindas às pessoas delegadas que chegam de todo o Brasil. “Espero que todos sejam bem recebidos e se sintam em casa.”
Para Mãe Baiana, o fundamental neste encontro é pautar algo que é transmitido em sua família há séculos: “Nós, dos povos tradicionais, estamos aqui para defender as nossas causas, defender o clima, defender aquilo em que acreditamos. Aquilo que os nossos antepassados e a nossa ancestralidade nos ensinaram”, conclui.
Para mais informações, acesse a página da 5ª CNMA.
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