Perspectivas Positivas para Produção de Açúcar no Brasil e na Índia Impactam Preços Globais da Commodities

O fortalecimento da produção em dois dos maiores produtores globais da commodity tem levado a uma queda nos preços, afetando tanto as bolsas internacionais quanto o mercado doméstico. A seguir, analisamos os principais desdobramentos dessa dinâmica.

Aumento nas Perspectivas de Produção Pressiona Preços Globais

A expectativa de aumento na produção de açúcar no Brasil e na Índia exerceu forte pressão sobre os preços internacionais da commodity. Segundo analistas consultados pela Reuters, o Brasil está iniciando sua safra de forma promissora, e a previsão para a temporada de 2025/26 da Índia é igualmente positiva, com um aumento projetado de 26% na produção devido às boas chuvas de monções.

Esses fatores influenciam diretamente as cotações do açúcar, com sinais de um mercado mais abastecido, o que resultou em um recuo nos preços nas bolsas internacionais.

Queda no Mercado de Nova York

Na ICE Futures de Nova York, o açúcar bruto apresentou queda em todos os contratos. O vencimento de julho/25 foi negociado a 17,13 centavos de dólar por libra-peso, representando uma queda de 31 pontos, ou 1,8%, em relação ao dia anterior. Outros contratos também registraram recuos: o vencimento de outubro/25 caiu 30 pontos, sendo negociado a 17,28 centavos por libra-peso. Os demais contratos recuaram entre 8 e 28 pontos.

Desvalorização em Londres

O mercado de Londres, na ICE Futures Europe, seguiu a tendência de queda. O açúcar branco para o vencimento de agosto/25 teve um recuo de 8,40 dólares, sendo cotado a US$ 485,40 por tonelada. A tela de outubro/25 também apresentou queda de 8,40 dólares, negociada a US$ 476,00 por tonelada. Outros contratos caíram entre 3,70 e 7,70 dólares, refletindo a pressão global sobre os preços da commodity.

Mercado Interno Brasileiro: Queda nas Cotações do Açúcar Cristal

No mercado interno, as cotações do açúcar cristal também apresentaram queda. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq, da USP, a saca de 50 quilos foi negociada a R$ 141,75, contra R$ 142,07 do dia anterior, uma queda de 0,23%. Este movimento reflete o impacto das expectativas de maior oferta global sobre o mercado doméstico.

Etanol Hidratado: Continuação da Desvalorização

O mercado de etanol hidratado também viu preços em queda, pelo terceiro dia consecutivo. O Indicador Diário Paulínia registrou uma negociação de R$ 2.808,50 o metro cúbico, contra R$ 2.822,50 no dia anterior, uma desvalorização de 0,50%. Esse comportamento no etanol reflete a pressão de um cenário mais abastecido e de menor demanda, especialmente com a retração dos preços do açúcar.

As boas perspectivas para a produção de açúcar no Brasil e na Índia, combinadas com uma oferta global mais robusta, têm pressionado os preços da commodity tanto no mercado internacional quanto no mercado interno. A queda nas cotações reflete o otimismo com a safra, mas também evidencia os desafios que o setor enfrentará diante do excesso de oferta, o que pode impactar diretamente tanto os produtores quanto os consumidores de açúcar e etanol.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio