
A vivência de uma oportunidade única e transformadora que ficará marcada na memória de jovens que conheceram o centro do poder brasileiro e na história das instituições do país. Esse foi o sentimento registrado pelos jovens e organizadores do “1º Vivências SAJ: o Jurídico para Equidade e Diversidade”, organizado pela Casa Civil da Presidência em parceria com o Ministério da Igualdade Racial.
Durante cinco dias, 20 estudantes de Direito de todas as regiões do país percorreram os corredores mais disputados de Brasília para conhecer de perto a realidade de órgãos públicos como Procuradoria-Geral da República, Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal, Ministério das Relações Exteriores e outras instituições da Administração Pública Federal.
- Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, recebeu os jovens na sede da Pasta – Foto: Clarice Castro/MDHC
Para o secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Sousa, o balanço do programa é extraordinário. “Para a Casa Civil, foi uma experiência riquíssima. A SAJ ganha muito com o Vivências em aprendizado, conhecimento. Certamente o programa pôde transformar a todos que participaram”, disse. “Os jovens puderam, além de conhecer os órgãos, deixar os seus depoimentos, suas histórias de vida nesses locais, o que certamente transformará também todos os órgãos visitados”, acrescenta.
“Essa foi uma visita muito diferente, apesar de ser técnica, porque nós conhecemos gabinetes das Presidências, conversamos com as maiores autoridades do nosso país. Estamos levando no coração essa semente plantada, de um lugar que nunca seria pensado para pessoas como nós, negros, pobres, de família de agricultores, lá do interior, chegar neste palácio, neste solo de onde brota todo o Direito do país. Estamos levando muita carga emocional e mensagens que vamos levar para o resto da vida”, testemunha Jailson Barbosa da Silva, da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Ceará.
- No Ministério da Igualdade Racial, o grupo foi apresentado às secretarias finalísticas – Foto: Rafaela Ferreira/MIR
A sensação é a mesma de Carolina Souza Araújo, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Foi muito intenso. A gente ficou o tempo todo juntos, no mesmo hotel, passamos os dias. Sem contar que somos todos jovens negros. Então a gente se identifica muito com a história um do outro. Não tinha como ser diferente”, descreveu. Segundo ela, os jovens já acertaram de se reunir novamente daqui a cinco anos, para que possam saber um do outro, se os caminhos traçados foram alcançados. “Nos programas que participo, eu sempre prezo por fazer conexões, pelo networking com a galera. O Vivências não me proporcionou só conhecer as autoridades do país e os lugares de Brasília, mas também construir uma família. Vou sentir muita saudade”, resumiu.
Na última sexta-feira (09), o evento de encerramento do programa contou com depoimento de cada um dos 20 jovens a respeito da experiência. A Coordenadora-Geral do Centro de Estudos Jurídicos da Presidência da República, Fernanda Rodrigues Saldanha de Azevedo, agradeceu a equipe responsável pela organização do programa.
Durante a abertura do programa, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, exaltou a oportunidade de os estudantes conhecerem esses espaços de poder e destacou as políticas públicas do governo voltadas ao enfrentamento do racismo. O encontro e o depoimento da ministra foram destacados como um dos pontos altos da vivência.
Segundo o secretário Marcos Rogério, as próximas edições do Vivências SAJ devem priorizar estudantes indígenas e pessoas com deficiência.
- Evento de encerramento da primeira edição do programa foi de muita emoção entre participantes e organizadores – Foto: Anafe
Vivências SAJ – O Programa “Vivências SAJ: o Jurídico para Diversidade e Equidade 2025” é uma realização da Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República (SAJ), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR). Nesta primeira edição, foram selecionados 20 (vinte) estudantes negros ou quilombolas matriculados em cursos de graduação em Direito, no 8º período ou nos períodos subsequentes. Os jovens conheceram as instituições dos Três Poderes da República e participaram de oficina sobre a implementação de políticas públicas de combate ao racismo.
Alinhado ao Decreto nº 11.785/2023, que institui o Programa Federal de Ações Afirmativas (PFAA), o programa busca promover a inclusão e representatividade da população negra e quilombola nos cargos da Administração Pública Federal. Além disso, contribui para a preparação desses estudantes para o ingresso e atuação nas carreiras públicas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
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Fonte: Casa Civil