Wellington Dias debate Aliança Global em encontro com autoridades africanas

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi um dos temas centrais na programação do evento “II Diálogo Brasil-África”. Nesta quinta-feira (22.05), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, apresentou a iniciativa lançada durante a presidência brasileira do G20. O encontro foi realizado no Palácio Itamaraty, em Brasília, reunindo autoridades brasileiras e de países africanos.

A palestra do ministro e presidente do Conselho de Campeões da Aliança Global, Wellington Dias, foi realizada durante o painel “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e o papel das políticas públicas para a segurança alimentar e nutricional”. Em sua fala, ele explicou que, para atingir seus objetivos, a iniciativa se estrutura em três pilares: financeiro, nacional e conhecimento, pelos quais seus membros buscam implementar uma série de programas eficazes no combate à fome e à pobreza, a partir de uma cesta de políticas.

“Já contamos com uma série de programas africanos na cesta da Aliança, os quais são exemplos de políticas que entregam resultados positivos aos mais vulneráveis”, afirmou Wellington Dias. E complementou: “Em 2024 logramos, com muito apoio, obter não apenas o consenso no G20 para a proposta da Aliança Global, como também as adesões de dezenas de países e organizações não membros do G20”, recordou.

O ministro lembrou que muitos países africanos buscam implementar ou expandir programas nas áreas de alimentação escolar, acesso à água, apoio à primeira infância, apoio a pequenos produtores, inclusão socioeconômica e transferências de renda. “Nossa esperança é que tenhamos uma primeira leva de casos bem sucedidos, que acabem levando a uma ampliação deste modelo de cooperação, com mais parcerias, mais controle dos governos nacionais, e menos burocracia e fragmentação”, projetou.

Após mais de cinco meses do lançamento, a Aliança Global supera o número de 180 membros, entre países, União Africana, a União Europeia, organizações internacionais públicas e privadas, além de instituições financeiras internacionais, incluindo o Banco Mundial e muitos dos principais bancos de desenvolvimento. Dos 54 países do continente africano, cerca de metade já aderiram à Aliança Global, e alguns outros estão em processo de adesão.

Ao final do painel, representantes dos países africanos Essuatíni, Zimbábue e Senegal, bem como do Banco Africano de Desenvolvimento, oficializaram a adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Sprints 2030

O titular do MDS lembrou da experiência bem-sucedida promovida pelo governo brasileiro no G20: os Sprints 2030, evento que contribuiu para firmar compromissos de 41 governos nacionais e 32 organizações, mirando a objetivos como alcançar 500 milhões de pessoas com transferências de renda em países de renda baixa e média baixa, alcançar mais 200 milhões de estudantes com expansão de alimentação escolar; mais 150 milhões de crianças e mães com programas de apoio à primeira infância, e mais 100 milhões de pessoas com programas de inclusão socioeconômica.

“Foram firmados compromissos financeiros também, como US$ 24 bilhões em crédito pelo Banco Interamericano, US$ 2 bilhões da CAF, compromisso do FIDA em dobrar o alcance de chegar a 100 milhões de pequenos agricultores, e o compromisso do Banco Mundial em dobrar os beneficiários de programas de proteção social, além de destinar parte dos recursos concessionais e doações do IDA (Associação Internacional para o Desenvolvimento) à implementação de políticas da cesta da Aliança”, declarou Wellington Dias.

Diálogo Brasil-África

A palestra do ministro faz parte do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural começou na terça-feira, finalizado nesta quinta-feira (22.05), com o Diálogo de Alto Nível. 

Em discurso no painel, o vice-presidente da Tanzânia, Philip Isdor Mpango, ressaltou a importância para o mundo que carrega a iniciativa brasileira de criação da Aliança Global.

“Nós apoiamos a iniciativa do presidente Lula, primeiro, porque a fome não pode ser combatida por países individualmente. Por isso apoiamos a aliança entre os países”, ressaltou. 

O representante da Tanzânia também elogiou as políticas brasileiras de segurança alimentar que beneficiam produtores rurais, assim como estudantes e pessoas em vulnerabilidade social. Ele defendeu investimento em programas de segurança alimentar e nutricional. “As crianças não devem enfrentar problemas nutricionais, mas estar na escola aprendendo”, declarou o vice-presidente.

Participação

O painel “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o papel das políticas públicas para a segurança alimentar e nutricional” foi moderado pelo embaixador Audo Faleiro, com paineis também do vice primeiro-ministro da Etiópia, Temesgen Tiruneh Dinku, que afirmou que “o Brasil é dos países de maior confiança para estabelecer parcerias”, e da representante da Itaipu Binacional, Silvana Vitorassi, que abordou o papel das cozinhas solidárias sustentáveis. A primeira-dama, Janja Lula da Silva, acompanhou as apresentações.

Além da Aliança Global, a programação deste último dia do II Diálogo Brasil-África contou com paineis sobre sistemas agroalimentares sustentáveis e resilientes; pesquisa, desenvolvimento e inovação; e políticas públicas e financiamento.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome