Nos dias 14 e 15 de maio aconteceu a Etapa Jurema da Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. O encontro reuniu lideranças indígenas dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia-Norte, que apresentaram contribuições nos cinco eixos temáticos da conferência: Direito e Gestão Territorial; Emergências Climáticas; Políticas Públicas e Violência; Saúde; Educação e Transmissão de Saberes Ancestrais.
A coordenadora do departamento das mulheres indígenas da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Elis Pankararu, relatou que as contribuições das mulheres indígenas precisam ser transformadas em leis e políticas públicas. “Estamos apresentando nossas propostas dentro dos eixos temáticos e elas são necessárias para se propor uma política específica para mulheres indígenas. Esperamos êxito nestas propostas para que elas garantam o bem viver dessas mulheres, que historicamente vivem em situação de desigualdade e queremos de fato rompê-las para termos uma sociedade mais justa e igualitária”.
Magna da etnia Kaimbé participou das discussões sobre direito e gestão territorial. “Tivemos várias demandas importantes para os todos os biomas e precisamos dar visibilidade para nossas propostas na conferência nacional. Precisamos fortalecer nossas bases e esta etapa aqui é um avanço, o pontapé inicial”, declarou.
A coordenadora-geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), Patrícia Pankararé, foi enfática: “Estamos nesta construção coletiva por uma política de enfrentamento à violência e por uma política territorial. Esperamos que, na etapa nacional, essas propostas avancem ainda mais e virem lei”.
A questão climática também foi levantada durante o encontro. “Debatemos sobre emergências climáticas e construímos propostas para proteger nosso território. Espero que na conferência nacional nossas demandas possam ser atendidas”, disse Andressa Jeneuna da etnia Krahô.
Etapas regionais
Todas as etapas regionais contam com pelo menos dois dias de programação que incluem: momento espiritual, debate sobre as propostas de cada eixo, formação de grupos de trabalhos, apresentação de propostas e escolha de representantes para a etapa nacional. Confira o nome e a localidade de cada etapa regional:
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Sumaúma – Acre, Roraima, Amazonas e Mato Grosso;
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Castanheira – Rondônia, Pará, Amapá e Tocantins;
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Sapopema – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo;
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Araucária – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
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Jurema – Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia-Norte; e
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Mangabeira – Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Bahia-Sul.
A etapa nacional, denominada Copaíba, será em Brasília, no mês de agosto, e tem a expectativa de reunir 5 mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros, em quatro dias de atividades. Estão programadas, além da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, a IV Marcha das Mulheres Indígenas: “Nosso corpo, nosso território: Somos as guardiãs do planeta”; e Ato Político Cultural.
Fonte: Ministério das Mulheres