O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou, nesta quinta-feira (12), os fatores de emissão de dióxido de carbono (CO2) da margem de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) para os meses de janeiro a abril de 2025. Os números estão disponíveis no Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE), plataforma desenvolvida e mantida pela pasta ministerial para conferir transparência aos dados de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil.
Em abril de 2025 o fator médio mensal foi de 0,0289 toneladas de CO2 por megawatt-hora (tCO2/MWh). Na conversão, o número significa 28,9 kg de emissão de CO2 a cada megawatt-hora de energia gerada. Em março, o fator foi de 0,0215; em fevereiro, 0,0248; e em janeiro de 0,0237.
Além dos fatores mensais, o ministério disponibiliza os fatores de emissão da Margem de Construção, que são publicados anualmente.
Os fatores de emissão de CO₂ associados à geração de energia elétrica no SIN são utilizados para o elaborar os inventários corporativos de emissões de GEE e para as reduções de emissões em projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), entre outras aplicações.
Para calcular o fator médio de emissões é considerada a energia gerada que é despachada para o SIN, coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com nota técnica que acompanha a publicação dos fatores, a partir de 2025 houve incorporação de novas usinas de geração de energia renovável na base de dados dos cálculos. Termelétricas a biomassa, conjuntos de usinas solares e conjuntos de usinas eólicas – que compartilham um mesmo ponto de inserção na rede do SIN, passaram a ser integralmente consideradas na base de cálculo. Essas usinas possuem emissões nulas de CO₂. Até dezembro de 2024, apenas as usinas eólicas diretamente conectadas à rede eram contabilizadas.
A nota técnica destaca que a metodologia de cálculo segue inalterada.
A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé, afirma que a atualização da base de dados no cálculo de emissões dos fatores reforça o compromisso do MCTI com a melhoria contínua dos dados, refletindo o refinamento e qualificação das informações disponibilizados. “A atualização assegura que os fatores de emissão reflitam da maneira mais precisa possível a evolução do setor elétrico brasileiro. Isso garante maior transparência e confiabilidade para os usuários que utilizam esses dados em seus inventários e análises”, avalia.
Aumento da participação de renováveis – De acordo com dados do Anuário Estatístico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2024 a participação de fontes renováveis na oferta interna de energia elétrica foi de 88,2%. Mesmo em queda, a energia hidráulica segue como a principal fonte de geração elétrica do país com 56,1%. O aumento da capacidade instalada fez a participação das fontes solar e eólica subir para 23,7%.