MMA apresenta políticas de prevenção e combate a incêndios florestais em evento da FAO em Roma

A apresentação ocorreu na última quarta-feira (11/6), em Roma, na Itália. - Foto: Christian Berlinck

O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima, apresentou na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) os resultados alcançados e os principais desafios na implementação das políticas de prevenção e combate a incêndios florestais no Brasil. As informações foram detalhadas na última quarta-feira (11/6), em Roma, na Itália.

Na sessão plenária do Centro Global de Gestão de Incêndios (Global Fire Management Hub), André Lima, destacou a criação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. A legislação estabelece diretrizes para disciplinar e aprimorar o uso do fogo, com foco na prevenção e no combate a incêndios florestais, na conservação dos ecossistemas e no respeito às práticas tradicionais, envolvendo todos os entes federativos e setores da sociedade.

André Lima explicou que o governo federal está “em um processo acelerado de implementação da nova política”, que foi sancionada em 2024 e já tem ações em andamento para fortalecer o combate aos incêndios.

“O nosso desafio no Brasil, e acredito que também no mundo, é fazer com que o Plano de Manejo Integrado do Fogo seja mais do que gestão da paisagem. O grande desafio é transformar esse plano, que entendemos como multiescalar, em uma política pública com participação efetiva das populações”, avaliou o secretário, ao ressaltar a importância do engajamento da sociedade.

A iniciativa, realizada entre os dias 10 e 12 de junho, reuniu representantes de diversos países para discutir políticas de gestão integrada de incêndios. O objetivo foi fortalecer a cooperação internacional e fomentar parcerias para uma atuação mais eficaz na prevenção e no enfrentamento de incêndios.

Impacto das mudanças climáticas

O secretário afirmou que o desmatamento está relacionado ao avanço dos incêndios em florestas primárias, intensificados pelo agravamento da mudança do clima. Ele explica que, neste cenário, os incêndios têm sido muito mais destrutivos. “Esse é um comportamento inédito”, completou.

André Lima ressaltou ainda os efeitos do atual quadro climático sobre as florestas primárias. De acordo com os dados do World Resources Institute (WRI), os incêndios florestais foram responsáveis por quase metade de toda a perda de cobertura de florestas primárias no mundo em 2024. “Esse cenário coloca um enorme desafio em toda a política que vem sendo implementada no Brasil”, concluiu.

Também enfatizou a necessidade de uma mobilização global para engajar discussões sobre o tema na COP30, que ocorre em novembro, em Belém (PA). “Que possamos, na COP30, fazer um grande chamado à ação, para que cada país reconheça a relevância desse tema e eleve o debate sobre o manejo do fogo e os impactos das mudanças climáticas a um nível mais amplo, finalizou.

O coordenador-geral de Manejo Integrado do Fogo do Departamento de Políticas de Desmatamento e Controle do Fogo (DPCD), do MMA, Christian Berlinck, também participou do evento.

O Global Fire Management Hub é organizado pela FAO, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Na sexta-feira (13/6), em paralelo ao evento, o secretário André Lima participou, ainda,  da segunda reunião do Grupo Diretor do Centro Global de Gerenciamento de Incêndios, que discutiu a efetividade das ações apresentadas pelos países e as possíveis medidas futuras para impulsionar essa agenda, entre elas a inclusão sobre o manejo integrado do fogo na COP30.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima