O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em julho de 2025, ficando ligeiramente acima da taxa registrada em junho (0,24%) e abaixo do resultado de julho de 2024 (0,38%). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice chegou a 5,23%, ainda acima do teto da meta para 2025, de 4,5%, mas abaixo dos 5,35% observados nos 12 meses anteriores.
Em comparação com a média histórica de julho nos últimos cinco anos (0,23%), o resultado indica leve aceleração da inflação.
Queda de preços em alimentos e bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas registrou queda de 0,27% entre junho e julho, influenciado principalmente pelo recuo do subgrupo Alimentação no Domicílio (-0,69%). Entre os produtos que puxaram os preços para baixo estão:
- Batata-inglesa: -20,27%
- Cebola: -13,26%
- Manga: -11,08%
- Arroz: -2,89%
- Carnes: -0,30%
Por outro lado, itens como pimentão (+14,33%), mamão (+12,40%), leite em pó (+0,47%), óleo de soja (+0,46%) e pão francês (+0,22%) apresentaram alta. Já a Alimentação fora do Domicílio registrou aumento de 0,87%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o grupo Alimentação e Bebidas subiu 7,44%, com a Alimentação no Domicílio avançando 7,11%.
Outros grupos de consumo e energia elétrica
Entre os demais grupos do IPCA, Habitação registrou a maior alta em julho, de 0,91%, com impacto de 0,14 ponto percentual no índice. A variação foi impulsionada pela vigência da bandeira tarifária vermelha – patamar 1, que adiciona R$ 4,46 à conta de luz a cada 100 KWh consumidos. A energia elétrica residencial (3,04%) foi o subitem com maior impacto individual (0,12 p.p.).
O grupo Despesas Pessoais subiu 0,76%, com impacto de 0,08 p.p., seguido do Transporte, que avançou 0,35% em função do aumento das passagens aéreas (+19,92%). Já os combustíveis registraram queda, com recuos no etanol (-1,68%), óleo diesel (-0,59%), gasolina (-0,51%) e gás veicular (-0,14%).
Cenário para produtores rurais e crédito agrícola
Apesar da desaceleração em alguns itens, o IPCA acumulado mantém a inflação acima da meta. O Copom, em reunião de 30 de julho, decidiu manter a taxa Selic em 15,00% ao ano, citando riscos fiscais e efeitos da política tarifária norte-americana.
O documento apontou moderação no mercado de crédito, com redução nas concessões de crédito livre, elevação das taxas de juros e aumento da inadimplência. Para o produtor rural, isso implica maior custo de financiamento e restrições de acesso a crédito.
Preços internacionais de alimentos refletem tendências distintas
O Índice de Preços de Alimentos da FAO (IPFA) atingiu 130,1 pontos em julho, alta de 1,6% em relação a junho, pressionado por carnes e óleos vegetais.
- Carnes: 127,3 pontos, alta de 1,2% no mês e 6% em 12 meses, impulsionadas por forte demanda de China e EUA e alta nas cotações de carne bovina na Austrália.
- Óleos vegetais: aumento motivado pelos preços do óleo de palma, soja e girassol, especialmente para biocombustíveis nas Américas.
- Cereais e laticínios: recuo nos preços devido à oferta abundante de trigo de inverno e maior oferta de leite em pó e manteiga na Oceania, com demanda moderada.
- Açúcar: preços internacionais em queda, refletindo expectativas de maiores safras na Índia e Tailândia, além de condições climáticas favoráveis no Brasil.
Impacto na economia e nos mercados globais
Enquanto a inflação doméstica apresenta recuos pontuais em alimentos, o cenário internacional mostra pressões divergentes. Os produtores precisam acompanhar tendências globais de preços e os efeitos da política monetária local, que influenciam diretamente o custo de produção e a rentabilidade do setor agropecuário.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio