O mercado internacional de café segue em forte valorização, com o arábica na Bolsa de Nova York e o robusta na Bolsa de Londres alcançando os níveis mais altos em cerca de três meses. A preocupação com a oferta no curto e médio prazo tem impulsionado os preços, refletindo um cenário de restrição tanto para o conilon/robusta quanto para o arábica.
Oferta limitada pressiona o mercado de robusta
No caso do robusta, a oferta restrita no curto prazo preocupa produtores e compradores. No Brasil, os produtores têm segurado parte da produção, enquanto na Indonésia as chuvas prejudicam a colheita. Além disso, a safra do Vietnã só deve entrar no mercado no último trimestre do ano, criando um “gap” que mantém os preços pressionados, segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach.
Arábica sofre impactos de estoque e clima
Para o café arábica, diversos fatores contribuem para o movimento altista:
- Queda nos estoques certificados;
- Troca de contratos futuros, com vencimento da posição setembro;
- Safra brasileira abaixo das expectativas;
- Notícias de geadas no cerrado mineiro;
- Redução das exportações do Brasil;
- Tarifas americanas sobre importações brasileiras.
Barabach destaca que essas condições deixam os vendedores retraídos e os compradores preocupados com a oferta, elevando o valor do café no mercado internacional.
Exportações brasileiras refletem cenário de aperto
Em julho, primeiro mês da safra 2025/26, as exportações brasileiras de café somaram 2,733 milhões de sacas de 60 kg, queda de 27,6% em relação ao mesmo período de 2024.
Entre os dias 14 e 21 de agosto, o contrato de diciembre em Nova York passou de 318,70 para 365,00 centavos de dólar por libra-peso, alta de 14,5%, enquanto em Londres, o contrato de novembro subiu 14,4% no mesmo período.
Preços no mercado físico brasileiro acompanham altas
O mercado físico brasileiro também reflete a valorização das bolsas e o aperto da oferta. Entre 14 e 21 de agosto:
- Café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu 15,8%, alcançando R$ 2.270,00 a saca;
- Café conilon tipo 7 em Vitória, ES, avançou 19,1%, chegando a R$ 1.435,00 a saca.
Colheita avançada, mas com resultados abaixo do esperado
Segundo Safras & Mercado, até 20 de agosto, 99% da safra 2025/26 já havia sido colhida, superando a média dos últimos cinco anos (96%) e ligeiramente acima do mesmo período de 2024 (98%).
- A colheita do conilon/robusta está concluída;
- O arábica atingiu 98% da produção, com avanço de 3 pontos percentuais em relação à semana anterior.
Apesar do avanço, os produtores relatam resultados abaixo do esperado na segunda metade da colheita, citando queda de renda como um dos principais desafios.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio