O setor de etanol de milho no Brasil mostra sinais de recuperação e expansão, mesmo diante do cenário de juros elevados. Levantamento do Itaú BBA aponta que novos projetos devem impulsionar a produção e o uso de biocombustíveis nos próximos anos.
Produção de etanol de milho deve crescer mais de 50% até 2026/27
Após um período de retração, a indústria de etanol de cereais volta a acelerar investimentos. Segundo o estudo do Itaú BBA, a produção deve saltar dos atuais 8,2 bilhões de litros (safra 2024/25) para mais de 12,1 bilhões de litros até a safra 2026/27, representando um crescimento superior a 50%.
Panorama dos projetos e desafios do setor
O levantamento identificou 22 projetos entre novas plantas e ampliações de unidades existentes. Destes:
- 3 já foram concluídos;
- 13 estão em construção ou no pipeline;
- 6 foram adiados.
Todos os projetos postergados pertencem a novos entrantes no setor, destacando os desafios enfrentados, principalmente devido ao alto custo de capital no país.
Atualmente, o mapeamento considera 21 projetos ativos, que devem demandar 14 milhões de toneladas adicionais de cereais por ano para gerar 6,1 bilhões de litros de etanol. O total de investimentos estimado chega a R$ 23 bilhões, com R$ 5 bilhões adicionais em capital de giro. Entre 2025 e 2027, estão previstos desembolsos de R$ 15 bilhões.
Capacidade das usinas e impacto regional
Entre os projetos ativos, 12 já estão em construção, com capacidade combinada de 3,1 bilhões de litros por ano. Os 9 projetos em planejamento podem adicionar mais 3,0 bilhões de litros, se forem viabilizados.
O Itaú BBA destaca que a expansão terá impacto relevante no MATOPIBA, região historicamente carente de oferta de biocombustível, o que também pode aumentar a demanda por milho na área.
Outro ponto importante é a dispersão geográfica das novas usinas, muitas localizadas em regiões com baixo consumo de etanol hidratado. Essa descentralização pode ampliar o uso do biocombustível no Norte e Nordeste e incentivar o cultivo de milho nessas localidades.
Juros elevados e perspectivas do setor
Embora a taxa Selic elevada represente um desafio para novos investimentos, o setor mantém o ritmo de projetos e ampliações, demonstrando resiliência e potencial de crescimento.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio