Conhecida há décadas como “Cidade Morena”, a origem do apelido ainda desperta curiosidade entre muitos moradores da capital.
Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, completa 126 anos nesta terça-feira (26). Conhecida há décadas como “Cidade Morena”, a origem do apelido ainda desperta curiosidade entre muitos moradores da capital.
Segundo a historiadora Maria Madalena Greco, o apelido surgiu no início do século XX, quando a cidade ainda não possuía calçadas.
“Existe uma história bastante difundida de que Dom Aquino, ao visitar Campo Grande em 1922, escreveu um poema no qual chamou a cidade de ‘Cidade Morena’ justamente devido à cor da terra. A poeira escurecia a pele das pessoas com o barro e o vento. Na época, tudo era de chão batido e, andando a cavalo, formava-se uma verdadeira nuvem de poeira vermelha”, explica a historiadora.
Ela conta ainda que, de tão intensa, a poeira deixava apenas os olhos visíveis. “Os escritores da época descreviam isso com frequência. Era comum dizerem que só se viam os olhos das pessoas — o resto era pura terra vermelha. Elas ficavam morenas, sem dúvida”, completa.
O apelido foi eternizado não apenas pelo poema de Dom Aquino Corrêa — arcebispo de Cuiabá (MT) e poeta —, mas também por outros autores como Germano Barros de Sousa (médico militar e poeta), Henedina Hugo Rodrigues (educadora e escritora) e Mariano Cebalho (político e escritor), que também celebraram Campo Grande como “Cidade Morena” em suas obras. Confira aqui os poemas.
Por que a terra é tão vermelha em Mato Grosso do Sul?
A coloração da terra tem explicação científica. O geólogo Marco Moraes afirma que a tonalidade avermelhada do solo se deve à alta concentração de ferro nas rochas da região.
“No caso de Mato Grosso do Sul, há uma combinação de rochas vulcânicas e derivadas, que são naturalmente ricas em ferro”, esclarece o geólogo.
Ele acrescenta que, apesar do incômodo causado pela poeira, esse tipo de solo é bastante fértil.
“O ferro aparece associado ao magnésio, manganês e outros elementos benéficos. São solos bons para o cultivo. Ou seja, o pessoal sofre com o vermelho, mas em compensação, tem boas colheitas”, conclui Moraes.
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Fonte: G1