O varejo alimentar brasileiro apresentou crescimento de 4,8% em julho na comparação com junho, segundo levantamento da Rock Encantech, empresa especializada em soluções de engajamento de clientes na América Latina. O estudo analisou 60 milhões de transações, identificando tendências de consumo e impactos do preço médio nos resultados do setor.
Atacarejos e supermercados registram avanços distintos
No recorte por canais, os atacarejos avançaram 3,9%, influenciados pelo aumento do gasto médio por compra (+1,8%), da frequência de visitas às lojas (+2,5%) e do número de itens por carrinho (+0,4%). Já os supermercados cresceram 3,3%, com alta de 0,8% no gasto médio, 2,5% na frequência de visitas, mas registrando queda de 1,1% no número de itens por compra.
Além disso, o IFE Varejo (Índice de Fidelidade e Engajamento) apresentou 106,3% nos atacarejos e 81,8% nos supermercados, indicando que clientes fidelizados compram mais que os não fidelizados e reforçando a importância de ações de engajamento.
Pressão inflacionária ainda influencia crescimento
Segundo Fernando Gibotti, vice-presidente de Varejo e Indústria da Rock Encantech, embora os resultados sejam positivos, o crescimento do setor ainda depende principalmente do aumento do preço médio dos produtos.
“Os sinais de ajuste em categorias-chave podem influenciar o setor nos próximos meses, mas a pressão inflacionária segue sendo um fator determinante no desempenho do varejo alimentar”, afirmou.
Produtos mais vendidos e variação de preços
Entre os 25 produtos mais vendidos em julho, 14 registraram queda no preço médio em relação a junho. As maiores reduções ocorreram em:
- Frutas, legumes e verduras: -5,3%
- Café em pó: -3,5%
- Arroz: -3,2%
Por outro lado, produtos como sabonete (+2,8%), biscoitos industrializados (+2,7%) e açúcar refinado (+2%) apresentaram alta. Para Gibotti, as variações refletem fatores externos, como safra, ajustes de fornecedores e custos de produção.
Comparativo com meses anteriores e contexto do setor
O crescimento de julho sucede uma fase de retração em junho, quando o setor caiu 6,2% em relação a maio, com queda de 1,9% no ticket médio e na quantidade de itens por carrinho. Nessa mesma época, supermercados recuaram 4,6% e atacarejos, 6%.
Apesar disso, o aumento dos preços médios garantiu crescimento em relação a julho de 2024, com alta de 7,2% nos supermercados e 3,6% nos atacarejos. No comparativo de junho com 2024, os avanços foram de 5,1% e 1,3%, respectivamente.
Gibotti reforça que percentuais de crescimento ou queda não contam toda a história do varejo. “Cada varejista precisa compreender o comportamento dos shoppers para tomar decisões mais eficientes e lidar com imprevistos”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio