Dia da Integridade Empresarial: empresas e governo se unem para fortalecer a integridade nos negócios

Participaram da mesa de abertura o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias; o presidente da Fundação Habitacional do Exército, general Valério Stumpf Trindade; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; e a secretária de

Autoridades, especialistas e representantes do setor privado se reuniram em Brasília, nos dias 10 e 11 de setembro, em celebração ao Dia da Integridade Empresarial, promovido pela Controladoria-Geral da União (CGU), com o objetivo de discutir ações para tornar o ambiente de negócios mais íntegro e competitivo.

Abrindo o encontro, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, falou sobre o papel da integridade na construção de um país mais justo e soberano. “Povo soberano é aquele que consegue sair do mapa da fome, que tem capacidade de autodeterminação no âmbito econômico, energético e da própria segurança. É isso que estamos construindo no Brasil, e a agenda de integridade tem papel central nesse caminho”, afirmou.

O ministro destacou o caráter coletivo e incremental do combate à corrupção, os avanços institucionais obtidos e a importância de envolver empresas nesse esforço, citando o Pacto pela Integridade Empresarial, que já reúne mais de 600 signatários.

Participaram da mesa de abertura o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias; o presidente da Fundação Habitacional do Exército, general Valério Stumpf Trindade; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; e a secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Elisa Vieira Leonel.

Resultados e Avanços: A Perspectiva da CGU

Na sequência, Marcelo Pontes, secretário de Integridade Privada da CGU, apresentou resultados expressivos de trabalho do órgão: mais de 2.000 processos de responsabilização instaurados desde 2014, recorde histórico de julgamentos e avanços em acordos de leniência e termos de compromisso.

“Nosso trabalho busca mudar uma equação cultural perversa. Queremos que a mensagem que prevaleça na sociedade seja clara: ser íntegro vale a pena”, afirmou Marcelo, destacando que a responsabilização vem acompanhada de medidas de fomento para que empresas fortaleçam seus programas de compliance.

12 anos da Lei Anticorrupção: Reflexão e Segurança Jurídica

Durante o evento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),  André Mendonça, reforçou que os 12 anos da Lei Anticorrupção ( Lei nº 12.846/2013 ) representam um marco civilizatório e que é preciso garantir segurança jurídica às empresas que optam por colaborar.

“Nosso desafio é preservar o instituto da leniência com segurança jurídica, permitindo que setor público e setor privado avancem juntos na construção de um Estado íntegro”, destacou.

Desafios e Incentivos para Acordos de Leniência no Brasil

Entre os relevantes painéis apresentados durante o evento, o painel Vale a pena colaborar? Desafios e Incentivos para Acordos de Leniência no Brasil, moderado pelo diretor da CGU, Luiz Henrique Pandolfi, trouxe um debate sobre desafios e incentivos para acordos de leniência, discutindo a necessidade de previsibilidade, coordenação entre órgãos e metodologias claras para cálculo de sanções e vantagens ilícitas. Especialistas destacaram que colaborar deve sempre colocar a empresa em uma posição melhor que a de quem não coopera, fortalecendo o caráter pedagógico da lei.

Cultura da Integridade

Já no painel Cultura da Integridade – da Intenção ao Impacto, moderado pela diretora de Promoção da Integridade Privada da CGU, Cristine Ganzenmüller, os debatedores reforçaram que a integridade precisa ir além das normas e se tornar parte do dia a dia das organizações.

Segundo os especialistas, a cultura é formada por pessoas. É preciso despertar indivíduos para a importância desse valor e transformar resultados em impactos estruturais para o mercado e para a sociedade.

Foram compartilhadas experiências práticas que mostram como políticas socioambientais, diversidade e direitos humanos fortalecem os sistemas de integridade e geram valor sustentável.

Projeto Helene: Inovação em Integridade com Uso de Dados

Um dos pontos altos do evento foi a apresentação do Projeto Helene, com a participação do diretor de Pesquisas e Informações da CGU, Gabriel Ruiz, e representantes da Oracle. Essa iniciativa inovadora utiliza dados abertos, inteligência artificial e aprendizado de máquina para mapear riscos de integridade de empresas fornecedoras do setor público.

De acordo com os painelistas, esse projeto reúne três elementos raros: responsabilidade corporativa, tecnologia e um propósito claro de colaboração. Conseguimos integrar dados de diversas fontes, eliminar duplicidades e gerar perfis de risco com precisão de 97,7%.

Essa parceria entre a CGU e o setor privado resultou em uma ferramenta estratégica para antecipar riscos, orientar políticas públicas e tornar a fiscalização mais eficiente, beneficiando toda a sociedade.

Lançamentos

Ao longo do evento, foram lançados: o Guia de Identificação e Quantificação da Vantagem Auferida, que consolida metodologias, parâmetros e exemplos práticos para mensurar os benefícios econômicos obtidos por empresas na prática de atos de corrupção e ilícitos previstos na Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção); a Portaria Normativa SE/CGU Nº 226, de 9 setembro de 2025, que estabelece o procedimento e a metodologia de avaliação de programas de integridade; além de oito enunciados administrativos que trazem mais previsibilidade e segurança jurídica aos processos de responsabilização de empresas.  

O evento contou ainda com a palestra do psicólogo, Rossandro Klinjey, sobre Ética no trabalho. “Somos o resultado do meio em que estamos, mas o meio também é resultado daquilo que cada um de nós escolhe ser”, afirmou.

No encerramento do evento, a secretária-executiva, Eveline Brito, reforçou que integridade não é uma opção, é obrigação, e que a cultura da ética precisa se refletir em comportamentos diários.

“Integridade não cabe apenas em códigos e procedimentos; ela se expressa nos nossos comportamentos, escolhas e atitudes. É um pacto coletivo de servidores, advogados, empresários e cidadãos para construir uma sociedade mais justa, um mercado mais competitivo e um Estado mais confiável.”

A secretária destacou os números e avanços alcançados pela CGU e celebrou o engajamento do setor privado, encerrando o evento com um convite:

“Saímos daqui inspirados, com o compromisso de transformar nossa história de atuação em um espaço de integridade. A sociedade que teremos amanhã depende das escolhas que fazemos hoje.”

Fonte: Controladoria-Geral da União