Entraves pressionam custos e freiam competitividade do agronegócio

Apesar de o Brasil ter se consolidado como potência agrícola, os entraves logísticos comprometem prazos, elevam custos e reduzem a competitividade frente a concorrentes internacionais que dispõem de infraestrutura mais moderna.

Segundo as três associações de produtores — Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) —, o déficit de armazéns e o alto “Custo Brasil” pressionam o produtor e limitam a geração de valor, impedindo que o país explore plenamente seu potencial de exportação e fortalecimento da cadeia produtiva interna.

O manifesto, resultado das discussões do 1º Fórum de Geopolítica e Logística, realizado em Brasília, destaca a necessidade urgente de investimentos estruturantes. Entre as prioridades apontadas estão rodovias seguras, ferrovias integradas, hidrovias navegáveis, portos mais eficientes e com menos burocracia, ampliação da capacidade de armazenagem e fornecimento estável de energia elétrica para sustentar a produção e a agroindústria.

As entidades afirmam que a ausência dessas melhorias afeta diretamente a competitividade do Brasil, tornando a produção nacional menos atraente frente a países que já contam com infraestrutura mais moderna e conectada aos mercados globais.

Na visão das associações, investir em logística é, ao mesmo tempo, uma estratégia para fortalecer o setor produtivo e para garantir soberania alimentar, geração de emprego e dinamização da economia. “A logística é a chave — e ela precisa girar, com o esforço conjunto de produtores, governo, reguladores, financiadores e sociedade”, concluem.

Para o presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (Feagro-MT) e do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, sem uma logística eficiente, todo o esforço do produtor brasileiro acaba se perdendo. “O agronegócio brasileiro enfrenta um gargalo estrutural que compromete sua competitividade. A falta de infraestrutura adequada, como rodovias seguras, ferrovias integradas e portos modernos, eleva os custos de produção e dificulta o escoamento da produção, colocando-nos em desvantagem frente a concorrentes internacionais que contam com infraestrutura mais moderna”.

“É imperativo que o Brasil trate a logística como uma prioridade estratégica. Investir em infraestrutura não é apenas uma questão de competitividade, mas também de soberania nacional. Cada atraso ou custo adicional na cadeia logística representa dinheiro que deixa de circular na economia nacional e empregos que deixam de ser gerados. Podemos ter a melhor safra do mundo, mas se o produto não chega ao mercado a tempo, o prejuízo é inevitável”, afirma Isan Rezende, destacando a importância de modernizar rodovias, ferrovias e portos.

“O setor produtivo não pode mais aceitar interrupções nos financiamentos e nas políticas públicas. Precisamos de previsibilidade e segurança jurídica para atrair o capital necessário para modernizar nossa infraestrutura e fortalecer nossa posição no mercado global. Investir em infraestrutura não é apenas uma questão de competitividade, é também de soberania. Cada atraso ou custo adicional na cadeia logística representa dinheiro que deixa de circular na economia nacional e empregos que deixam de ser gerados”, acrescenta Rezende, reforçando a visão das associações sobre a urgência de políticas públicas consistentes.

“É preciso tratar a logística como pilar estratégico do agronegócio. Só assim conseguiremos reduzir o ‘Custo Brasil’, aumentar a eficiência da produção e garantir que o Brasil ocupe de fato o lugar de destaque que sua agricultura merece no mercado global”, conclui Isan Rezende.

O documento (LEIA AQUI NA ÍNTEGRA) reforça que não há mais espaço para adiamentos: estruturar a logística é essencial para transformar o potencial agrícola do país em resultado econômico e social concreto.

Fonte: Pensar Agro