ACNUR adere à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza durante a COP30

Ministro Wellington Dias e o Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi. (Foto: UNHCR/Melik Benkritly)

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) aderiu oficialmente, nesta segunda-feira (10.11), à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, durante programação da COP30. A iniciativa reúne governos, organismos internacionais e a sociedade civil em torno de ações coordenadas para garantir alimentação adequada, proteção social e dignidade a populações vulneráveis.

Ao celebrar a adesão, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou o papel histórico da agência na proteção e integração de pessoas refugiadas e o fortalecimento da cooperação internacional.

“É uma honra reforçar a parceria entre o governo brasileiro e o ACNUR. O presidente Lula mantém o compromisso do Brasil com a solidariedade internacional, a proteção de pessoas refugiadas e a integração socioeconômica digna, sem discriminação. Temos fortalecido o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nos territórios de maior pressão migratória e ampliado ações de acolhimento, documentação, abrigamento e inclusão. Agora, queremos avançar em emprego, formação profissional e acesso à alimentação adequada. A dignidade se constrói sem fome e sem pobreza”, afirmou Dias.

Na oportunidade, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, ressaltou que a adesão da agência à Aliança reflete o compromisso de garantir que pessoas deslocadas por conflitos, desastres e mudanças climáticas não sejam deixadas para trás. Ele destacou que a experiência acumulada na resposta humanitária e no apoio à integração socioeconômica de pessoas refugiadas pode contribuir de forma significativa para o avanço das ações da Aliança, fortalecendo estratégias para assegurar o direito à alimentação e à proteção social em contextos de crise.

Com a adesão, o ACNUR passa a integrar os esforços para enfrentar o avanço da fome, dos deslocamentos forçados e da intensificação de eventos climáticos extremos. A entrada da agência sublinha o entendimento de que justiça climática e direito à alimentação devem incluir refugiados, migrantes e deslocados internos, garantindo proteção, autonomia e meios de vida sustentáveis.

Hoje, cerca de 120 milhões de pessoas estão deslocadas de forma forçada no mundo. Entre elas, uma em cada três pessoas refugiadas vive em situação de insegurança alimentar aguda, segundo estimativas recentes do ACNUR. 

Aliança Global

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma iniciativa internacional voltada a acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 (Erradicação da Pobreza) e 2 (Fome Zero). A proposta busca impulsionar a ação coletiva e contínua entre países, organismos multilaterais, sociedade civil e setor privado, criando sinergias com políticas e iniciativas já em curso para combater a fome e a pobreza em escala global.

Seu propósito é facilitar a mobilização e o alinhamento de apoio técnico e financeiro para ampliar programas e políticas baseadas em evidências, lideradas pelos próprios países e centradas na proteção das populações mais vulneráveis. A Aliança enfatiza o fortalecimento de redes de proteção social, a promoção da agricultura familiar, a segurança alimentar e estratégias de adaptação climática.

Lançada em 2024, durante a presidência brasileira do G20, a Aliança está aberta à adesão de países e organizações internacionais comprometidos em expandir soluções concretas, inovadoras e sustentáveis, garantindo que o enfrentamento à fome e à pobreza seja parte central da agenda de desenvolvimento global.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome