Série “Pelos Rios da Amazônia” é lançada no estande do Ministério do Turismo

Imagem: Henrique Huff/MTur

Do cacau nativo ao emprego formal com carteira assinada, o turismo de base comunitária está reescrevendo a economia da Amazônia e se consolidando como um modelo poderoso de resiliência climática.

Na COP30, o painel “Turismo, comunidades locais e resiliência climática”, apresentado nesta terça-feira (11/11), no estande “Conheça o Brasil”, do Ministério do Turismo, destacou o sucesso da iniciativa Filhas do Combu (Belém/PA) e a transformação no território do Instituto Mamirauá (AM), onde o turismo já é visto como uma “tecnologia social”.

O encontro também marcou a pré-estreia da série “Pelos Rios da Amazônia”, celebrando a autonomia das comunidades e a importância de os próprios amazônidas contarem suas histórias para o mundo.

A mediação foi feita pela jornalista, ativista e remadora paraense Larissa Noguchi. Em sua fala, ela ressaltou a profunda relação dos amazônidas com os rios e o papel do turismo sustentável na conservação dos ecossistemas.

“Esses rios que nos circundam navegam pelas nossas vidas e instalam a nossa essência como amazônidas. Essas relações também funcionam como um movimento econômico sustentável de comunidades por toda a região. O turismo de base comunitária contribui com a conservação dos nossos ecossistemas, e o audiovisual é uma ferramenta poderosa para mostrar isso ao mundo”, afirmou.

Participaram ainda do painel o biólogo Pedro Nassar, coordenador do Programa de Turismo de Base Comunitária do Instituto Mamirauá; o fotógrafo e diretor Thiago Pelaes, cofundador das produtoras Maraú e Clartei e responsável pela direção da série; e Viviane Quaresma, representante das Filhas do Combu, iniciativa reconhecida pela produção de chocolates artesanais na Ilha do Combu, em Belém (PA).

Durante o bate-papo, Viviane relatou como o turismo transformou a realidade da comunidade e gerou novas oportunidades.

“Hoje as Filhas do Combu empregam 20 pessoas com carteira assinada e movimentam toda a comunidade. As pessoas vêm de fora para conhecer nosso trabalho e isso dá visibilidade ao que fazemos com tanto cuidado. Queremos continuar crescendo com dignidade, produzindo chocolate de qualidade e valorizando o que a terra nos oferece — o açaí, o araçá, o cacau nativo. É um trabalho que dá dignidade igual para todos”, destacou.

O diretor da série “Pelos Rios da Amazônia”, Thiago Pelaes, ressaltou a importância de os próprios amazônidas contarem suas histórias.

“Durante muito tempo, pessoas de fora vieram mostrar a Amazônia ao mundo. Hoje entendemos que temos o direito — e até a obrigação — de contar as nossas próprias histórias. É um ato de resistência e de valorização da nossa capacidade técnica e criativa. Queremos mostrar que somos capazes de produzir audiovisual de qualidade e de retratar com respeito a vida, a cultura e o turismo na Amazônia”, afirmou.

Ainda durante a conversa, o biólogo Pedro Nassar destacou o papel transformador do turismo de base comunitária no território do Instituto Mamirauá, que abrange comunidades da região do Médio Solimões, no Amazonas.

“O turismo é uma tecnologia social que fortalece a autonomia das comunidades e amplia oportunidades de renda e aprendizado. Em Mamirauá, muitas pessoas descobriram novas vocações, se capacitaram e hoje ocupam posições de liderança, como gerentes e guias locais. Além do benefício econômico, há um ganho imensurável de autoestima e de reconhecimento do valor do modo de vida amazônico”, ressaltou.

O encontro mostrou que o turismo de base comunitária vai além da visitação: impulsiona o desenvolvimento sustentável, fortalece a inclusão social e incentiva a preservação ambiental — princípios que dialogam diretamente com os desafios e compromissos climáticos debatidos na COP30.

PROGRAMAÇÃO – O estande do Ministério do Turismo terá uma programação robusta e estratégica ao longo das duas semanas da COP30. No Auditório Carimbó, especialistas nacionais e internacionais participarão de debates de alto nível sobre turismo regenerativo, financiamento climático, justiça ambiental e valorização de comunidades tradicionais, promovendo reflexões essenciais para o futuro do setor.

Por Lívia Albernaz
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Fonte: Ministério do Turismo