Debates, abertura da Agrizone e Aldeia marcam agenda do MDS na COP30

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) teve presença marcante no segundo dia da COP30, em Belém, nesta terça-feira (11.11). A programação começou com o painel “Soluções para Reduzir os Efeitos das Mudanças Climáticas na Luta contra a Fome e a Pobreza”.

Na sequência, o ministro Wellington Dias participou do workshop “Resposta à Emergência Climática no Rio Grande do Sul”, no qual destacou o papel da Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social (ForSUAS) como principal instrumento de mobilização de equipes, recursos e suporte técnico para atender famílias afetadas por desastres climáticos.

À tarde, o ministro integrou o debate “Sistemas Alimentares Aquáticos Sustentáveis: uma Abordagem Centrada nas Pessoas para a Saúde Planetária e Humana”, ao lado do ministro do Clima e do Ambiente da Noruega, Andreas Eriksen, e de representantes das Nações Unidas. No encontro, Wellington Dias enfatizou a importância de discutir o tema no contexto da ação climática global, ressaltando a relação direta entre alimentação, nutrição e dignidade humana.

“Sob a presidência brasileira, o tema foi prioritário tanto no G20, em 2024, quanto na agenda do BRICS, em 2025. Há uma convergência clara: os alimentos aquáticos são essenciais para combater a fome, gerar renda e fortalecer a resiliência climática. No Brasil, 1,7 milhão de pescadoras e pescadores dependem dos rios, mares e lagos para viver. No mundo, são cerca de 500 milhões de pessoas”, afirmou o ministro.

O ministro norueguês elogiou o protagonismo brasileiro na agenda da segurança alimentar e climática e destacou o potencial da Amazônia como símbolo de soluções sustentáveis. “Tive a oportunidade de conhecer o Rio Negro e compreender o que estamos tentando alcançar globalmente” disse.

“Nossa ambição é clara: garantir acesso a alimentos nutritivos e sustentáveis. Tudo está conectado, sem águas limpas, não há comida segura. As mudanças climáticas são um desafio enorme, mas é inspirador ver o Brasil liderando com ações concretas”, declarou Eriksen.

Abertura da AgriZone

No início da noite, o ministro Wellington Dias participou da abertura oficial da AgriZone, instalada na sede da Embrapa, em Belém. Durante os 11 dias da COP30, o espaço funcionará como sede provisória do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e também como feira de exposições, promovendo debates sobre agricultura regenerativa, pecuária de baixo carbono e bioeconomia amazônica, temas estratégicos para o desenvolvimento sustentável.

A cerimônia contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, do secretário de Desenvolvimento Rural do Mapa, Marcelo Fiadeiro, representando o ministro Carlos Fávaro, e da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, que destacou o compromisso da instituição com a sustentabilidade e a segurança alimentar global.

Durante o evento, Wellington Dias ressaltou a contribuição da Embrapa para o combate à fome e para o avanço da ciência no país. “Não seria possível tirar o Brasil do Mapa da Fome sem a Embrapa. Os avanços científicos e tecnológicos colocam o país entre as maiores potências agroalimentares do mundo”, pontuou.

O titular do MDS destacou que o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos e a meta é seguir crescendo com inclusão e sustentabilidade. “A liderança do presidente Lula e a Declaração de Belém mostram que é possível unir desenvolvimento econômico, preservação ambiental e justiça social. A Embrapa é uma grande parceira nessa jornada”, afirmou.

Durante a visita, Dias também conheceu o estande do MDS, que apresenta iniciativas como o Programa Cisternas, voltado a ampliar o acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, por meio de tecnologias sociais simples e de baixo custo. O programa beneficia famílias rurais de baixa renda e comunidades tradicionais, priorizando territórios afetados pela seca, com inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Aldeia COP

Na sequência, o ministro Wellington Dias também participou da abertura da Aldeia COP, montada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), um espaço especialmente preparado para receber povos indígenas do Brasil e de outros países durante a conferência. No local, o titular do MDS se encontrou com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e destacou a importância de ouvir e incorporar as contribuições das comunidades tradicionais nos debates que definirão o futuro da Amazônia e do planeta.

Para a ministra Sônia Guajajara, a Aldeia COP simboliza um ambiente essencial para garantir que as vozes dos povos originários sejam protagonistas nas discussões climáticas. O espaço conta com a Casa Ancestral, dedicada à medicina tradicional e à espiritualidade; o Domo, onde ocorrem as principais plenárias e diálogos; além de passarelas elevadas; áreas de convivência; e espaços culturais que promovem o encontro entre saberes tradicionais e conhecimento científico. Todas essas estruturas permanecerão como legado da conferência, beneficiando estudantes, pesquisadores e servidores da UFPA.

Lançamento de livro e recepção internacional

Ainda na programação, foi lançado o livro “O Futuro na Mesa: A Política de Segurança Alimentar e Nutricional Frente à Emergência Climática”, que reúne análises e reflexões sobre a relação entre alimentação e clima. A publicação conta com 46 autores, entre gestores públicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil, e é prefaciada pelo ministro Wellington Dias, com apresentação de Aloísio Lopes, secretário de Mudança do Clima do MMA, e Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.

Encerrando o dia, Wellington Dias ainda participou da Recepção de Alto Nível na COP30 para anunciar a expansão da Aliança dos Campeões para a Transformação dos Sistemas Alimentares (ACF). O evento contou com a presença do ministro Andreas Eriksen, da Noruega, do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, do embaixador da Itália, Stefano Gatti, e do presidente da COP30, André Corrêa do Lago.

Corrêa do Lago destacou o papel do Brasil como articulador global na integração das agendas de combate à pobreza, segurança alimentar e preservação ambiental. “Estamos lidando com uma das maiores lutas do presidente Lula: combater a pobreza e a fome. É difícil entender como isso ainda existe no mundo, mas há uma mudança essencial: antes, ninguém falava sobre isso, agora o tema está no centro das discussões. Estamos mostrando, a partir da Amazônia, que é possível unir forças e compartilhar com o mundo as maravilhas e as soluções que esta região oferece”, constatou.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome