O Seminário Internacional sobre Povos Atingidos por Barragens e pela Crise Climática reuniu autoridades, lideranças e representantes de movimentos sociais no auditório da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, nesta quarta-feira (12.11), durante a abertura da Cúpula dos Povos da COP30. O encontro discutiu estratégias de reparação, justiça climática e transição energética justa para comunidades afetadas em diferentes países.
Letícia Oliveira, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e moradora de Mariana (MG), abriu o evento relembrando os impactos da tragédia que atingiu a cidade há dez anos com o rompimento da barragem da Vale.
“Naquele desastre, foram destruídos mais de 600 km de rio até o oceano, 309 casas e toneladas de peixes. Até hoje, os moradores lutam pelo direito de ter a casa de volta e de usar o rio novamente. São dez anos de luta, muito adoecimento físico e mental. As empresas não foram punidas e cometeram outro crime em Brumadinho, que matou 272 pessoas e segue até hoje impune, sem reparação aos atingidos”, afirmou.
É um momento de reflexão, mas também de esperança. Cada vez mais, tragédias como essas deixam de ser histórias isoladas e passam a ser debatidas em fóruns globais”, ministro Wellington Dias
Letícia também destacou que o problema se repete em outras partes do mundo. “Não vivemos isso apenas no Brasil. Tivemos o caso da Chevron, no Equador, que na década de 1980 deixou resíduos de petróleo na Amazônia equatoriana. E há situações semelhantes em países da África”, completou.
Durante o seminário, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, destacou a importância da união internacional em torno do tema e o papel do Brasil na busca por justiça climática.
“É um momento de reflexão, mas também de esperança. Cada vez mais, tragédias como essas deixam de ser histórias isoladas e passam a ser debatidas em fóruns globais, com o olhar da humanidade sobre elas. Esse movimento é um passo gigante para fortalecer a luta dos povos atingidos e para garantir que o desenvolvimento não venha à custa da dor de ninguém. No Brasil, temos importantes parcerias, lideradas pelo presidente Lula, para avançar nesse debate e construir soluções justas e sustentáveis. Contem com o MDS e com o Governo do Brasil”, afirmou o ministro.
Também participaram do evento a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além de representantes de movimentos sociais e organizações internacionais.
Sistema Único de Assistência Social no Rio Doce
Em agosto, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) lançou, por meio do Programa de Fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social no Rio Doce (ProFort-SUAS), uma iniciativa voltada à recuperação e fortalecimento da rede socioassistencial dos municípios de Minas Gerais e Espírito Santo ainda afetados pelos impactos do rompimento da Barragem de Fundão.
O programa prevê o repasse de R$ 640 milhões, ao longo de 20 anos, às estruturas locais de assistência social, garantindo atendimento contínuo e apoio às populações atingidas. O lançamento do programa foi realizado em Governador Valadares (MG), no âmbito do Novo Acordo do Rio Doce, articulado pelo Governo Federal.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome


