As bicicletas têm ganhado espaço estratégico nas políticas de mobilidade urbana do país. De veículo associado ao lazer, elas passam a integrar soluções estruturantes para a chamada “última milha”, com o objetivo de tornar os deslocamentos mais sustentáveis e eficientes. Na seleção do Novo PAC Mobilidade 2025, o Ministério das Cidades incluiu projetos de bicicletas públicas compartilhadas e ciclovias conectadas ao transporte de massa, voltados a municípios com mais de 150 mil habitantes e com condições especiais de financiamento.
A aposta na integração entre ciclovias, sistemas de bicicletas públicas e transporte coletivo é vista como um avanço essencial para ampliar o acesso da população ao transporte sustentável. A combinação de modais permite deslocamentos mais eficientes e reduz a emissão de poluentes, além de incentivar hábitos mais saudáveis.
“A bicicleta, além de ser um veículo sustentável importante para a mobilidade, é um promotor da saúde, do lazer e da qualidade de vida. Integrar a mobilidade em todos os níveis é fundamental para garantir soluções eficientes, especialmente na última milha”, afirma Antonio Espósito, coordenador-geral de Regulação da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.
Para Thomas Maltese, líder de Ônibus Zero Emissões do C40, a eletrificação das frotas deve caminhar junto com o incentivo à mobilidade ativa. “É muito importante utilizar o ônibus elétrico como catalisador para aprimorar o sistema de transporte público. Isso ajuda a atrair mais passageiros e, ao mesmo tempo, estimula soluções baseadas na natureza”, explica. Ele destaca ainda que o redesenho urbano, incluindo ciclovias protegidas, calçadas mais largas e opções diversas para a última milha, pode potencializar essas transformações e mitigar efeitos climáticos extremos.

- Seleção do PAC 2024 disponibilizou recursos para aquisição de 2.296 ônibus elétricos, 3015 ônibus Euro6
Renovação de frotas
Além do incentivo às bicicletas, o Ministério das Cidades apresentou, durante a abertura da Estação do Desenvolvimento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), na COP30, em Belém (PA), o Refrota, programa de renovação de frotas voltado à descarbonização do transporte coletivo urbano. A iniciativa foi ressaltada como uma das ações concretas que demonstram o compromisso do Brasil em reduzir emissões no setor, que responde por cerca de 47% dos gases de efeito estufa no país, segundo a Empresa de Pesquisa Energética.
“O Brasil está comprometido em trazer as pessoas de volta ao transporte coletivo. Para isso, precisamos renovar as frotas, investir em corredores de BRT e tornar o transporte mais confortável e rápido”, afirmou o ministro das Cidades. Ele lembrou que o Novo PAC prevê R$ 31 bilhões em investimentos em mobilidade urbana, dos quais R$ 16,4 bilhões são destinados à renovação de frotas. O montante permitirá a aquisição de mais de 10 mil veículos, distribuídos em 190 municípios.
A seleção do PAC 2024 já havia garantido recursos para 2.296 ônibus elétricos, 3.015 ônibus Euro 6 — menos poluentes —, além de 39 veículos sobre trilhos, reforçando o movimento de modernização e descarbonização do transporte coletivo no país.
Com ações combinadas — da promoção da mobilidade ativa à renovação de frotas —, o governo aposta em um sistema de transporte mais integrado, sustentável e capaz de melhorar significativamente a qualidade de vida nas cidades brasileiras.
Fonte: Casa Civil


