COP30 discute estratégias para disseminar cozinhas comunitárias

“Eu tenho muita esperança que esse projeto-piloto, daqui a algum tempo, se transforme efetivamente numa política pública e que a gente possa levar para outros países, para que a gente possa alcançar aquelas mulheres da África que ainda cozinham com lenha, que a gente possa alcançar outras mulheres do território brasileiro que ainda têm essa dificuldade.” A declaração da primeira-dama Janja Lula da Silva demonstra a importância que tem o avanço da sustentabilidade em cozinhas solidárias e o alcance mundial que ela pode conquistar.

A primeira-dama participou de painel, na zona verde da COP30 em Belém-PA, sobre o modelo inaugurado em Ananindeua, no Pará, com a Cozinha Mãos de Mulheres. A pergunta central foi: como fazer que esse modelo chegue a mais cozinhas comunitárias no Brasil e no mundo?

A unidade do Programa Cozinhas Solidárias recebeu equipamentos e estrutura que promovem autonomia energética, sustentabilidade ambiental e fortalecimento da produção agroecológica, com biodigestor e usina fotovoltaica que permitem reduzir o consumo de gás e ampliar a eficiência do trabalho de mulheres que lideram as atividades no espaço.

A secretária Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Izadora Brito, lembrou que, mesmo tendo sido uma das fundadoras das Cozinhas em seu estado, Sergipe, chegou a questionar a capacidade de formação delas.

“Eu fiquei pensando ‘como é que você vai discutir política com quem está passando fome?’ Quem está passando fome quer o alimento. Mas é incrível como a organização popular é genial e ela tem uma capacidade gigante de formação”, afirmou.
Para Lilian Rahal, Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e da Assistência Social, Família e Combate à Fome, as cozinhas têm um papel bem mais amplo do que oferecer alimentação de qualidade.

“A gente começou um diálogo a partir da ideia do biodigestor, começamos um diálogo para olhar para as cozinhas solidárias não só como um espaço de oferta de refeições, mas também como um espaço de justiça climática, de justiça alimentar, um espaço em que nós possamos trabalhar, dentro do território, as políticas de segurança alimentar, de participação popular e agora as políticas de sustentabilidade também” afirmou Rahal.

O painel também contou com a participação de Adriana de Souza Oliveira, assessora do Ministério de Minas e Energia, de Valquíria Lima, diretora-executiva da Cáritas Brasileira, de Lenina Aragão, coordenadora da Cozinha Solidária Mãos de Mulheres e liderança do Movimento Camponês Popular, e de Victória Pedro Corrêa, coordenadora de Iniciativas de Gênero de Itaipu Binacional.

Fonte: Secretaria-Geral