
As Mudanças Climáticas e os Impactos na Produção de Grãos foi o tema de um dos debates promovidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, nesta sexta-feira (14), na Casa da Ciência, em Belém (PA). O espaço é sede temporária da pasta do Governo do Brasil durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Para o moderador da mesa e professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Eduardo Assad, a ação contra os efeitos das mudanças climáticas na agricultura é uma questão que deve ser resolvida urgentemente. “Nos últimos cinco anos, houve várias perdas na agricultura devido às mudanças climáticas. Eu discuto esses efeitos há 35 anos e nós sempre falamos ‘vai acontecer’ e, quando de fato acontece, nós não temos nada, porque ninguém nunca tomou uma decisão. Então, nós precisamos quebrar o princípio da inação”, afirmou o especialista.
O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Márcio Buainain, complementou ao dizer que, para combater os efeitos, é necessário mudar a estratégia. “O que vem sendo proposto é muito importante, mas não é suficiente. O que nós precisamos é integrar as soluções, mas, principalmente, entender o desafio da implementação no local dessas soluções. Nós temos falado dessas tecnologias na escala de laboratórios ou para grandes empreendimentos e não temos indicado caminhos para expandir e massificar soluções que já existem.”
Além de Assad e Buainain, participaram o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), unidade vinculada ao MCTI, José Francisco Gonçalves; o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alessandro Carioca de Araújo; e o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Eduardo Cerri.
Casa da Ciência
A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa.

