
Em um movimento estratégico para posicionar a Amazônia como um grande destino turístico sustentável, o Ministério do Turismo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram oficialmente, nesse sábado (15.11), o “Projeto Tapajós – A porta de entrada do turismo na Amazônia”. O evento, realizado durante um painel na COP30, em Belém (PA), incluiu a promoção de um debate com as presenças de Ana Carla Lopes, ministra do Turismo em exercício; Ellen Acioli, especialista do BID para a Amazônia; Fabiana Oliveira, coordenadora-geral de Produtos e Experiências Turísticas do Ministério do Turismo; e o chef paraense Saulo Jennings, embaixador gastronômico da ONU Turismo.
Ao apresentar uma iniciativa focada no turismo sustentável dentro do maior fórum climático do mundo, o Ministério do Turismo reforça o setor como uma alternativa econômica verde, inovadora e viável para a Amazônia. O projeto materializa, na prática, como o turismo pode gerar renda, inclusão social e conservação ambiental, alinhando o desenvolvimento do Brasil aos debates globais sobre a preservação do bioma e a economia climática.
A ação envolve a elaboração do Plano Estratégico do Turismo Sustentável da Região do Baixo Tapajós, abrangendo Santarém e Belterra, no Pará. O território já é reconhecido internacionalmente por experiências autênticas de contato com a floresta, comunidades locais, praias fluviais e uma gastronomia que figura entre as mais premiadas do país.
A ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, destacou o caráter transformador da iniciativa. “O Projeto Tapajós é uma demonstração concreta de que o turismo pode ser uma força motriz da bioeconomia amazônica. Estamos mostrando ao mundo, na COP30, que é possível gerar renda para os povos da floresta, fortalecer experiências autênticas e garantir que o desenvolvimento aconteça com a floresta em pé”, declarou Ana Carla.
Representando o BID, Ellen Acioli reforçou o papel da cooperação internacional na construção de soluções sustentáveis: “O BID tem trabalhado para apoiar iniciativas que conectam desenvolvimento econômico, inclusão e conservação ambiental. O Projeto Tapajós é um exemplo de como o turismo pode transformar territórios quando envolve as comunidades desde o início”, afirmou Ellen.
Fabiana Oliveira, do Ministério do Turismo, enfatizou o impacto direto da ação nas experiências oferecidas ao visitante da região. “Esse é um trabalho conjunto que valoriza as potencialidades de uma região já muito visada pelos turistas que visitam o Pará. Nosso objetivo é tornar esse destino ainda mais potente, com ações alinhadas ao desenvolvimento sustentável, respeitando a cultura e os saberes dos povos tradicionais”, explicou Fabiana.
O chef Saulo Jennings, referência da gastronomia do Tapajós, celebrou o protagonismo da Amazônia na COP30. “É muito simbólico ver a Amazônia sendo discutida com a participação real das pessoas que vivem aqui. E, ainda mais simbólico, é ter a gastronomia que nasce das nossas comunidades, dos nossos ingredientes e da força dos povos tradicionais como parte desse processo de reconhecimento e valorização”, destacou Jennings.
DESENVOLVIMENTO – O Projeto Tapajós terá duração de 10 meses e vai ser estruturado em seis eixos principais: infraestrutura e saneamento; ordenamento territorial; estruturação de produtos turísticos e marketing; fomento à economia criativa; atração de investimentos e concessões; e criação de linhas de crédito específicas para o setor.
A metodologia envolve visitas técnicas aos municípios e comunidades para a elaboração de um diagnóstico situacional completo. Ao final, será entregue um Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) no Polo Tapajós, acompanhado de seis planos de ação temáticos de cada área.
COMUNIDADES TRADICIONAIS – A participação ativa das comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas é um eixo estruturante da proposta. O plano reconhece estes grupos como protagonistas e guardiões dos valores naturais e culturais que sustentam o turismo no território – e busca beneficiá-los diretamente por meio da geração de renda, da valorização de saberes e da melhoria das condições de infraestrutura e serviços básicos.
Segundo um diagnóstico preliminar do Ministério do Turismo, o projeto pode impactar positivamente 15 comunidades indígenas, mais de 30 comunidades tradicionais e ribeirinhas, 7 assentamentos e 3 comunidades quilombolas do Baixo Tapajós. A execução ficará a cargo da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Garupa, que atua desde 2012 com foco no fortalecimento do turismo sustentável em parceria com povos tradicionais.
Por Cleo Soares
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo
Fonte: Ministério do Turismo

