“O Curupira e os Mistérios do Fogo” é o novo lançamento da Dico Edições, que acontece durante a realização da COP-30, em Belém (PA). O livro de autoria de Santamaria N. Silveira e ilustrações de Monique Roque tem a chancela do Climate Realilty Brasil, que integra a organização global The Climate Reality Project – de combate às mudanças climáticas.
Uma grande aventura é o que os pequenos e jovens leitores podem esperar do livro “O Curupira e os Mistérios do Fogo” (Dico Edições). Nele, o lendário curumim de cabelos vermelhos e de pés invertidos, escolhido Mascote da COP-30, protetor das florestas e dos animais, enfrenta um dos “monstros” mais terríveis da crise climática – o fogo, que devora as matas, fere e mata todos os tipos de animais, da grande onça-parda até um filhotinho de saruê.
Enquanto um herói da nossa gente, de origem afro-indígena, o Curupira recebe uma missão do cacique da aldeia dos espíritos para avisar todos os animais nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa) de que uma grande tragédia estava por vir, devendo causar muito mal aos animais e à floresta. Cada ecossistema enfrenta de forma diferente o fogo, mas as mudanças climáticas vêm contribuindo para que as florestas – que já estão sendo destruídas por desmatamentos e garimpos ilegais – queimem mais facilmente.
Neste livro de Santamaria N. Silveira, jornalista, doutora em Comunicação Social pela ECA-USP, nascida em terras de Monteiro Lobato (Taubaté) e ilustrado por Monique Roque, bacharel em design pela PUC-RJ, o Curupira sabe que os animais podem detectar os incêndios, mas nem sempre sobreviver a eles. Os animais maiores, como os mamíferos, têm mais mobilidade e podem buscar abrigos próximos a estradas e rios; mas pássaros e filhotes que voam mais baixo, não. Podem ser vítimas fatais ao inalar fumaça. Nem mesmo répteis e tartarugas estão a salvo em áreas alagadas; sem falar dos peixes que vivem nos rios que, dependendo da dimensão do incêndio, podem ter a temperatura da água elevada. Além do calor excessivo da combustão de materiais, as águas podem ter mudança do pH e gerar gazes tóxicos que afetam os animais.
Além de queimar e fragilizar as florestas, os incêndios ao ser extintos deixam um rastro de destruição: animais feridos que terão de enfrentar a escassez de alimentos e de abrigos para sobreviver. O primeiro animal que Curupira avisa é um peixe-boi fêmea e seu filhote, depois participa do resgate de pequenos animais no Cerrado com sua amiga Sussuarana e enfrenta homens que estão ateando fogo à mata, avisa as capivaras na Mata Atlântica, as ararinhas-azul-de-lear na Caatinga, o Tuiuiu no Pantanal e o pequeno tatu-mutila no Pampa. É uma grande rede de alerta que se espalha por todo o país e mostra para as crianças, de forma lúdica, caminhos para reconhecer e entender essa temática, que tem um viés ESG.
Durante a história, a autora lembra que o Curupira sempre esteve presente no folclore brasileiro e já era mencionado desde a chegada dos portugueses, tanto que enfrentou uma batalha terrível contra a quase extinção do pau-brasil. Milhares de árvores foram derrubadas e embarcadas em navios para a Europa. No “Livro das Árvores do Povo Ticuna”, há uma menção importante sobre a idade do Curupira, quando ele diz que “Se um dia eu [Curupira] acabar, fica outro no meu lugar”. “Portanto, nosso herói é como os demais heróis: tem a qualidade da ‘imortalidade’ porque sua luta é importante para o Brasil, a Amazônia e a sobrevivência do planeta”, diz Santamaria.
O herói Curupira, retratado nesta história, tem muitos poderes, pode viajar pegando caronas em nuvens, tem um cajado para defesa e que ao ser girado como uma hélice serve para apagar o fogo e tem um saco de poções mágicas feitas com ervas da selva para deixá-lo invisível, quando necessário. Todo esse arsenal é colocado para defender as florestas e proteger os animais, porque o Curupira sabe que há incêndios decorrentes de causas naturais, como um raio que cai no mato seco ou o fogo de roçado que sai do controle, mas também há aquele causado pelo ser humano que, às vezes, não mede as consequências de sua ganância.
Até a COP-30, o livro estará em pré-venda especial na Dico Edições:


