Discurso da ministra Marina Silva no segmento de alto nível da COP30

Excelências, distintas ministras e ministros, senhoras e senhores, bom dia.

Quero começar agradecendo aos povos amazônicos, que com generosidade recebem o mundo nesta COP30.

Reunir-nos em Belém impõe uma responsabilidade maior: as decisões aqui tomadas precisam estar à altura da urgência climática e da grandeza do território que nos acolhe.

A emergência climática já transforma vidas, economias e ecossistemas.

A adaptação precisa estar no centro da resposta global: proteger pessoas e territórios terrestres e marítimos depende de instrumentos concretos para medir progresso, orientar políticas e reduzir vulnerabilidades.

Por isso, é fundamental que a COP30 saia com os indicadores globais de adaptação finalmente aprovados.

A ciência é inequívoca: para manter o aumento máximo da temperatura em 1,5ºC, precisamos de ação rápida, ambição reforçada e implementação acelerada de nossas NDCs.

Países desenvolvidos, com maior responsabilidade histórica e mais recursos, devem agir mais e mais rápido.

Países em desenvolvimento também precisam estar comprometidos, com acesso efetivo aos meios de implementação, em plena coerência com seus objetivos de desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades.

Essa é a essência de uma transição justa: proteger pessoas, fortalecer resiliência e orientar decisões pela ciência, tanto a ciência moderna quanto a dos conhecimentos dos povos originários.

Na abertura desta COP, o presidente Lula foi categórico:

“Precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento e superar progressivamente a dependência dos combustíveis fósseis, mobilizando os recursos necessários.”

É essa clareza que precisamos agora.

Senhoras e senhores,

Não há respostas únicas ou universais para o enfrentamento do desafio que está diante de nós.

É necessário diálogo estruturado, troca de experiências e estratégias de longo prazo, contemplando países produtores e países consumidores de combustíveis fósseis.

Precisamos planejar os caminhos e garantir os recursos financeiros e suporte técnico para reduzir a alta dependência desses combustíveis para a geração de empregos e a segurança energética em várias partes do mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Nesse processo devem caminhar, de forma concomitante, Mapas do Caminho para o Fim do Desmatamento, igualmente determinados por cada país, com cooperação, financiamento e pleno respeito aos povos indígenas e comunidades locais.

Se a Estrela do Norte sempre guiou navegantes em busca de direção segura e o Cruzeiro do Sul sempre orientou povos que cruzaram oceanos em busca de novos mundos, que agora ambas as constelações nos ajudem a guiar a humanidade rumo a um novo e seguro ciclo de prosperidade, de paz entre os povos e a natureza. 

Muito obrigada.

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima