Marina Silva defende criação de bases para que mapas do caminho contra desmatamento e combustíveis fósseis sejam nacionalmente determinados

Marina Silva também ressaltou que a adaptação climática deve estar no centro da resposta para proteger pessoas e territórios terrestres e marítimos que dependem de instrumentos concretos para medir progresso - Foto: Fernando Donasci/MMA

Em um discurso no segmento de alto nível da COP30, em Belém (PA), nesta terça-feira (18/11), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva destacou a necessidade de que os mapas do caminho para reverter o desmatamento e superar progressivamente a dependência dos combustíveis fósseis sejam nacionalmente determinadas.

Ela afirmou que devem ser criadas as bases para que os países sejam capazes de realizar essas transição. “Precisamos planejar os caminhos e garantir os recursos financeiros e suporte técnico para reduzir a alta dependência desses combustíveis para a geração de empregos e a segurança energética em várias partes do mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento”, ponderou.

A ministra lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu categoricamente a criação dos mapas do caminho em suas manifestações públicas na Cúpula do Clima de Belém, que antecedeu a COP30, e em seu discurso na abertura da conferência.

As falas de Lula se baseiam nas decisões tomadas no âmbito do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, concluído na COP28, em Dubai, em 2023. Por meio do texto, quase 200 países concordaram em interromper o desmatamento, triplicar as energias renováveis, duplicar sua eficiência e fazer a transição para longe dos combustíveis fósseis de maneira justa, ordenada e equitativa. Essas fontes de energia – petróleo, gás e carvão – são responsáveis por 73% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, cuja alta concentração na atmosfera provoca o aquecimento do planeta e a alteração de seus padrões climáticos.

“Não há respostas únicas ou universais para o enfrentamento do desafio que está diante de nós”, ponderou Marina em seu discurso no segmento de alto nível. “É necessário diálogo estruturado, troca de experiências e estratégias de longo prazo, contemplando países produtores e países consumidores de combustíveis fósseis.”

Em relação ao mapa do caminho para o fim do desmatamento, a ministra pontuou que devem ocorrer com base em “cooperação, financiamento e pleno respeito aos povos indígenas e comunidades locais”.

Além disso, Marina Silva ressaltou que a adaptação climática deve estar no centro da resposta para proteger pessoas e territórios terrestres e marítimos que dependem de instrumentos concretos para medir progresso, orientar políticas e reduzir vulnerabilidades. “Por isso, é fundamental que a COP30 saia com os indicadores globais de adaptação finalmente aprovados”, considerou.

Nesse contexto, reiterou que “países desenvolvidos, com maior responsabilidade histórica e mais recursos, devem agir mais e mais rápido”. As nações em desenvolvimento, declarou, devem seguir comprometidas, com acesso efetivo aos meios de implementação, alinhados aos seus objetivos de desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades.

“Essa é a essência de uma transição justa: proteger pessoas, fortalecer resiliência e orientar decisões pela ciência, tanto a ciência moderna quanto a dos conhecimentos dos povos originários.”

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima