COP30: MDS debate saberes de povos e comunidades tradicionais na proteção social e adaptação de sistemas alimentares

Foto: Wagner Almeida/ MDS - Foto:

A conexão entre a assistência social, segurança alimentar e nutricional e adaptação climática foi debatida em painel do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), na COP30. A roda de conversa, com participação da sociedade civil, buscou fortalecer a Declaração de Belém e posicionar o Brasil como referência em integração entre clima e justiça social.

O painel “Políticas públicas baseadas em saberes de povos e comunidades tradicionais na proteção social e adaptação de sistemas alimentares e modos de vida” reuniu representantes do MDS, dos Ministérios das Cidades e dos Povos Indígenas, da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda, além de representantes de povos e comunidades tradicionais e da Rede Ecovida.

Bárbara Cravos, do Departamento de Proteção Social Especial da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS/MDS), apresentou a abordagem da proteção social e da adaptação climática com foco nos territórios. “Não dá para falar em proteção social que não abarque os conhecimentos e saberes tradicionais. Nesse sentido, o papel do Sistema Único de Assistência Social é ouvir esse público, compreender suas dinâmicas, sua organização e seus modos de vida. Nossa responsabilidade é trabalhar com as dinâmicas de proteção que eles já têm nos grupos deles”, explicou. “Uma política pública que não ouve quem atende é uma política pública fadada ao fracasso”, completou.

As mudanças climáticas intensificam vulnerabilidades sociais, territoriais e culturais, especialmente entre povos e comunidades tradicionais, populações amazônicas, povos indígenas, indígenas urbanos, e grupos historicamente marginalizados. Por isso, o MDS defende o reconhecimento e o fortalecimento dos modos de vida das populações locais, de seus sistemas alimentares e de seus saberes ancestrais como elementos fundamentais no processo de adaptação climática.

A coordenadora-geral da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan/MDS), Elisângela Sanchez, destacou a importância dos conhecimentos tradicionais para a proteção social e para a segurança alimentar e nutricional diante das mudanças climáticas. “As comunidades tradicionais são as mais afetadas, mas também são as que podem trazer soluções. O governo federal está aberto à escuta para a construção de soluções conjuntas. Hoje já avançamos com o SUAS, pensando na proteção social para povos indígenas, e com o Programa de Aquisição de Alimentos para povos indígenas. São iniciativas construídas a partir dessa escuta, que nos ajudam a chegar a soluções mais eficazes”, afirmou.

O painel promovido pelo MDS destacou a necessidade de valorizar saberes ancestrais e práticas comunitárias de adaptação; fortalecer o papel do SUAS e da Sesan na resiliência climática; evidenciar os desafios dos povos indígenas urbanos, muitas vezes invisibilizados; reforçar a integração entre políticas sociais, alimentares, territoriais e urbanas; ampliar a escuta das juventudes amazônicas; e promover espaços interculturais de troca e memória socioambiental.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome