Aquicultura como solução climática: MPA apresenta visão de baixo carbono e sistemas alimentares resilientes na COP30

A aquicultura é uma solução climática estratégica, capaz de contribuir para adaptação, mitigação e transformação dos sistemas alimentares. Essa foi a mensagem do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) na COP30, em Belém, nos painéis dedicados à inovação, aos modelos produtivos sustentáveis, à bioeconomia azul e ao papel das algas na resposta global às mudanças do clima, capitaneados pela Secretaria Nacional de Aquicultura do MPA.

Durante as apresentações, a secretária nacional de Aquicultura, Fernanda de Paula, reforçou o potencial da atividade diante das mudanças climáticas. “A aquicultura, quando apoiada por tecnologia, ordenamento territorial e manejo responsável, oferece vantagens ambientais em comparação com outras cadeias de proteína animal, posicionando o Brasil como ator relevante na agenda internacional de sistemas alimentares de baixo carbono”, afirmou.

Os debates também destacaram a necessidade de políticas integradas que combinem ciência, inovação e adaptação climática. Para Luciene Mignan, diretora de Desenvolvimento e Inovação do MPA, essa articulação é essencial. “Estamos lidando com variáveis climáticas que já estão em curso. A aquicultura precisa estar preparada para responder a esse novo contexto, com inovação, ordenamento e políticas que tragam segurança tanto para o produtor quanto para o território”, disse.

Luciene Mignani fala sobre inovação em painel na AgriZone
Luciene Mignani fala sobre inovação em painel na AgriZone

A relação entre modelagem climática, tomada de decisão e resiliência produtiva foi reforçada por Felipe Bodens, coordenador-geral de Aquicultura em Águas da União. “A mudança do clima impõe desafios imediatos. Nosso esforço é mostrar que a aquicultura tem condições de responder com rapidez, incorporando dados, previsões e soluções que tornem a produção mais resiliente e sustentável”, afirmou.

Felipe Bodens em painel na Agrizone
Felipe Bodens em painel na Agrizone

Entre os setores produtivos que melhor ilustram esse potencial está a algicultura. As cadeias de algas e macroalgas sintetizam, de forma concreta, os benefícios ambientais e produtivos da atividade: são sistemas naturalmente eficientes em sequestro de carbono, demandam baixo uso de insumos, contribuem para a adaptação costeira e geram aplicações em bioinsumos, nutrição, biotecnologia e inovação. Por isso, a algicultura foi apresentada na COP30 como um dos exemplos mais completos de como a aquicultura pode oferecer soluções sustentáveis e escaláveis para a crise climática.

“A algicultura traduz de forma muito clara aquilo que defendemos aqui na COP30: sistemas produtivos que capturam carbono, regeneram ambientes e, ao mesmo tempo, geram alimento, energia e inovação. É uma fronteira tecnológica que demonstra como a aquicultura pode ser parte ativa da solução climática”, concluiu a secretária Fernanda de Paula.

Secretária Fernanda ao lado de painelistas de uma das apresentações propostas pela SNA
Secretária Fernanda ao lado de painelistas de uma das apresentações propostas pela SNA

Agenda segue para a Green Zone

A programação dedicada à aquicultura segue nesta semana. Amanhã (20), o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, participa do painel “Algas: Bioinsumos aquáticos para sistemas alimentares resilientes, adaptados e sustentáveis”, no Pavilhão Brasil da Green Zone.

O encontro reúne lideranças internacionais e nacionais, entre elas UNCTAD, FAO, Embrapa, representantes do Japão e atores comunitários, para discutir como a algicultura pode acelerar soluções climáticas, fortalecer bioinsumos e apoiar sistemas alimentares adaptados às novas realidades do clima. A sessão será moderada pela secretária nacional de Aquicultura, Fernanda de Paula.

Convite do painel do dia 20
Convite do painel do dia 20

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura