Secretaria-Geral apresenta na COP30 as iniciativas vencedoras do Mutirão de Soluções para a Crise Climática

- Foto: TALISSON SOUZAASCOMSGPR

Criado pela presidência brasileira da COP, o conceito de Mutirão mostrou ao mundo como é preciso engajar a sociedade civil e governos para criar soluções para enfrentar a crise climática. Para colaborar na união de esforços para conter as mudanças climáticas, a Secretaria-Geral da Presidência da República decidiu realizar um mutirão de soluções por meio da plataforma de participação digital do governo federal, Brasil Participativo.

O objetivo era demonstrar que a sociedade civil já tem soluções para enfrentar a crise climática e que essas iniciativas podem servir de inspiração para ações de mais pessoas, organizações e até mesmo governos para conter as mudanças do clima. Entre os dias 29 de agosto e 31 de outubro de 2025, pessoas e organizações puderam participar apresentando soluções concretas — experiências reais, políticas e ações que geram impacto positivo e podem ser replicadas para acelerar a ação contra a crise climática.

As iniciativas foram incluídas no Brasil Participativo, para que os internautas pudessem votar nas que consideravam como melhores soluções. As trinta soluções mais votadas foram submetidas a um comitê avaliador integrado por representantes do Ministério dos Povos Indígenas, da CNODS, da CNAPO e da Universidade Federal do Pará. Das trinta soluções, o comitê decidiu por seis iniciativas, uma para cada eixo da agenda de ação da COP30. Estas soluções vencedoras foram apresentadas nesta quarta-feira (19) em Belém-PA, 19, durante a programação da COP.

A vencedora no eixo “Transição nos setores de Energia, Indústria e Transporte” foi a inclusão das embarcações de pesca artesanal no eixo de transição justa de energia e incentivo a políticas públicas para a renovação da frota pesqueira. Já no eixo “Gestão Sustentável de Florestas, Oceanos e Biodiversidade”, houve o reconhecimento dos Ativos Ambientais do Estado: caminhos Possíveis. No eixo “Transformação da Agricultura e Sistemas Alimentares”, a iniciativa vencedora foi a Comida Invisível.

O projeto HMB – Concretando garrafas pet venceu no eixo “Construção de Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água”. A ação Um passo ao futuro: Semeando a Natureza e Salvando Vidas Pós-Cárcere foi escolhida no eixo “Promoção do Desenvolvimento Humano e Social”; e no último eixo “Catalisadores e Aceleradores, incluindo Financiamento, Tecnologia e Capacitação”, venceu a InovaClima Brasil – Acelerando Ciência, Tecnologia e Inovação contra a crise climática.

A coordenadora de mobilização da COP30, Luciana Abade, disse ter ficado impressionada com o número de propostas apresentadas no mutirão, cerca de 200 no total. Ela destacou a participação social na COP: “A gente está chegando aqui à reta final dessa conferência e, de fato, a mobilização da sociedade civil foi maravilhosa. Essa COP foi diferente em vários aspectos”, elogiou Luciana.

João Urt, assessor do gabinete da ministra dos Povos Indígenas, disse que o Mutirão foi importante por permitir “ver quanta coisa boa está se pensando, está se fazendo, está se propondo Brasil afora para a gente superar esse momento que é desafiador para nós como humanidade”. Urt lembrou ainda que o Ministério dos Povos Indígenas promoveu um evento de preparação para a COP, que se chamou Ciclo COParente e que levou o Ministério por todo o país. “Nós fomos a todos os biomas brasileiros, todos os estados da Amazônia brasileira, foram 15 edições, 3 edições no estado do Amazonas, 2 edições no Mato Grosso do Sul”.

Daniela Alvares Leite, representante da solução “Comida Invisível”, lembrou o desperdício de alimentos e o quanto o reaproveitamento pode reduzir a mudança do clima. “No transporte, grãos são soprados ao vento. Na geladeira, legumes que apodrecem. No mercado, estragou, vai para o lixo. E assim, o que era belo, real, vai dando espaço ao invisível. E foi esse invisível que me marcou”, recordou Daniela ao falar de como foi despertada para o tema do desperdício.

“Alguns anos atrás, quando eu estava com meu filho no CEAGESP, comecei a ver pilhas e pilhas e pilhas de mamão, de abacaxi, de manga, jogados ou na frente dos boxes ou nas caçambas. O mundo inteiro desperdiça 1 bilhão de toneladas de alimentos por ano. Metade disso mataria a fome no mundo”, disse Daniela.

O Comida invisível criou uma plataforma que conecta, por geolocalização, empresas, indústria alimentícia, restaurantes, supermercados, hotéis e hospitais que têm alimentos que perderam o valor comercial, com ONGs, que atuam com pessoas em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa facilita que esses alimentos sejam enviados para essas ONGs.

Representantes de cada uma das seis soluções puderam detalhar como atuam para reduzir os impactos da crise climática. Agora elas serão incorporadas ao Relatório Final da Sociedade Civil para os líderes da COP30.

Fonte: Secretaria-Geral