O Ministério da Agricultura e Pecuária participou nesta quarta-feira (19) do painel “Scaling Regenerative Landscapes”, realizado na AgriZone, em Belém, durante a COP30, apresentando as políticas que impulsionam práticas regenerativas no campo e reforçam o papel do Brasil na agenda de sustentabilidade. Representando o Mapa, o coordenador-geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, Jonathas de Alencar, destacou como o crédito, os instrumentos de mercado e os mecanismos de blended finance têm ampliado o acesso dos produtores a tecnologias de baixo impacto.
O encontro reuniu representantes de empresas globais como Danone e Bayer, além da Fundação Rockefeller, em uma discussão sobre financiamento, métricas harmonizadas e políticas públicas que permitam escalar a agricultura regenerativa. Jonathas apresentou os avanços do crédito rural oficial, com linhas que oferecem juros menores a projetos sustentáveis, e a ampliação do uso de títulos privados, como a Cédula de Produto Rural (CPR), que permite ao produtor captar recursos diretamente no mercado financeiro.
Ele também detalhou o programa Caminho Verde Brasil, iniciativa do Mapa voltada à recuperação de áreas degradadas. Jonathas explicou que o programa conta com a parceria com o Ministério da Fazenda por meio do Leilão Eco Invest, mecanismo em que o Tesouro Nacional compartilha riscos e oferece condições mais vantajosas para atrair investidores. Esse modelo fortalece o ambiente para ampliar práticas regenerativas de forma economicamente viável.
Durante o debate, Jonathas abordou a relação entre biodiversidade e financiamento. Ele ressaltou que o Código Florestal garante a preservação mínima de 20% das propriedades rurais, podendo chegar a 80% na Amazônia, o que já assegura uma contribuição ambiental relevante por parte dos produtores. Ele citou ainda o estímulo ao uso de bioinsumos, à rotação de culturas e à integração lavoura-pecuária-floresta, como mecanismos que fortalecem a biodiversidade do solo e aumentam a resiliência produtiva.
O representante do Mapa destacou ainda que o desafio central está na escala da agricultura brasileira, que exige tecnologias acessíveis e monitoramento eficiente. O ministério trabalha para ampliar o alcance dos instrumentos financeiros e fortalecer políticas que tornem a transição regenerativa possível para pequenos, médios e grandes produtores.
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