Com o objetivo de enfrentar uma das principais causas de mortalidade entre mulheres brasileiras, o Ministério da Saúde e o Hospital Einstein estão desenvolvendo um projeto de apoio à implementação de diretrizes para detecção precoce do câncer do colo do útero e mama na Atenção Primária à Saúde (APS). O projeto faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e foca especialmente nas regiões Norte e Nordeste, áreas onde esses cânceres apresentam maior incidência, mortalidade e desigualdade no acesso à saúde. O público-alvo inclui mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pessoas privadas de liberdade e transexuais.
A metodologia utilizada baseia-se na ciência da melhoria e na ciência da implementação. Com esse enfoque, o projeto prevê ações que vão além do rastreamento tradicional, incluindo uma avaliação detalhada dos desafios das regiões para viabilizar a detecção precoce, com a apresentação de estratégias que poderão orientar a APS em todo o país.
De acordo com a secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luíza Caldas, “A proposta do projeto é apoiar e aprimorar o trabalho realizado pelas equipes que atuam na APS, para promover a identificação precoce e garantir uma assistência com mais qualidade para populações em situação de vulnerabilidade”.
Já para Sidney Klajner, presidente do Einstein, trata-se de mais uma iniciativa conduzida pela organização que apoia o sistema público de saúde em relação ao cuidado de populações em situação de vulnerabilidade. Ele afirma que é fundamental o mapeamento de desafios de saúde nos territórios brasileiros e a construção de soluções alinhadas às realidades locais, para promover maior equidade de acesso.
“A proposta pode colaborar com a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030, e reduzir a mortalidade por câncer de mama em 2,5% ao ano até 2040”, afirma Klajner.
No contexto brasileiro, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais incidente e a quarta causa de morte entre mulheres, especialmente no Norte e Nordeste do país. Para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 17.010 novos casos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Já o câncer da mama ocupa a primeira posição entre os cânceres mais incidentes e a primeira causa de morte entre as mulheres brasileiras.
Segundo Márcio Paresque, gerente de projetos do Einstein, existem duas formas de rastreamento: a oportunística e a organizada. A primeira acontece quando a pessoa procura espontaneamente o serviço de saúde, para um cuidado pontual. Já o rastreamento organizado parte de um planejamento mais estratégico que, segundo estudos, é mais efetivo e capaz de reduzir as desigualdades – essa é a forma a ser implementada no projeto em questão. Paresque ressalta que essa abordagem qualifica a gestão do cuidado, permitindo que a equipe de saúde atue com um olhar sistêmico, garantindo um acompanhamento adequado.
Até o final do atual triênio do Proadi-SUS (2024-2026), o projeto deverá apresentar evidências científicas robustas que orientem estratégias para o rastreamento organizado
no enfrentamento dos cânceres do colo do útero e de mama, além de estimular práticas mais seguras de cuidado na Atenção Primária à Saúde do SUS, elevando os padrões de qualidade e segurança dos serviços prestados.
Sobre o Proadi-SUS
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, e gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Atualmente, o programa reúne sete hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: A.C.Camargo Cancer Center, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Einstein Hospital Israelita, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do Proadi-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes.
Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do Programa destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; e, ainda, a gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Proadi e os projetos vigentes no atual triênio, acesse o portal dos hospitais Proadi-SUS.
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde


