Brasil lança inventário internacional de emissões e posiciona turismo como eixo estratégico do legado da COP30

Imagem: Alessandra Serrão/MTur

O Ministério do Turismo encerrou sua participação na COP30, em Belém (PA), com uma agenda inédita que posiciona o Brasil como liderança global na integração entre turismo e ação climática. A estratégia, estruturada no Plano de Aceleração de Soluções (PAS) do setor, prevê a criação do primeiro inventário internacional de emissões de gases de efeito estufa no turismo, de modelos de adaptação climática para destinos turísticos e novas linhas de financiamento voltadas à transição verde. A iniciativa será implantada inicialmente no Pará e depois replicada internacionalmente.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que o protagonismo brasileiro decorre do compromisso de transformar a experiência turística em ferramenta de desenvolvimento sustentável. “Pela primeira vez, mostramos ao mundo que o turismo não é apenas vítima da emergência climática – ele pode ser parte decisiva da solução, gerando emprego, preservação e fortalecendo a bioeconomia da Amazônia”, afirmou Sabino.

Segundo o documento, apresentado nesta sexta-feira (21.11), o Brasil será a primeira nação a aplicar integralmente o novo modelo de mensuração de emissões. O sistema é compatível com metodologias globais do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) e do SF-MST (Quadro estatístico para medir a sustentabilidade do turismo), rastreando emissões de transportes, hospedagens, atrativos e da cadeia produtiva associada ao turismo. O inventário inclui tanto a perspectiva do visitante quanto a das empresas e governos.

A coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do Ministério do Turismo, Carolina Fávero, reforçou o caráter transformador da iniciativa. “Medir melhor é o primeiro passo para transformar. Com este inventário, o Brasil cria uma base técnica para adaptação, compensação e modelos efetivos de descarbonização no turismo”, explicou Carolina.

LEGADO – Representando a Embratur, o gerente André Dias destacou que o trabalho não se encerra com a conferência e coloca o Brasil como referência global. “O legado da COP30 é posicionar o Brasil como laboratório vivo de soluções climáticas para o turismo. Daqui sai um modelo que poderá ser replicado por outros países, e a Amazônia será o símbolo dessa transformação”, declarou.

Os pilotos da ação vão começar em destinos do Pará e se expandirão nacionalmente até 2026, com metas intermediárias até 2028.

EXPOSIÇÃO – Ao final do evento, o ministro Celso Sabino foi convidado para ser padrinho da Jaguar Parade, exposição de arte urbana instalada às margens da Baía do Guajará, em Belém. Sabino recebeu a réplica de uma mini-onça das mãos da embaixadora da iniciativa, Dani Filgueiras. A peça é uma obra de arte pintada por um dos artistas participantes. “A onça-pintada é símbolo da nossa fauna e representa a força da Amazônia. Apoiar um projeto que une arte, conservação e turismo sustentável é uma honra e reforça nossa missão de proteger esse patrimônio mundial”, apontou Celso Sabino.

Dani Filgueiras celebrou o reconhecimento. “A Jaguar Parade nasceu para sensibilizar o mundo sobre a urgência de proteger a onça-pintada e os territórios onde ela vive. Ter o apoio do Ministério do Turismo potencializa esse impacto e ajuda a transformar arte em ação ambiental”, comemorou.

A Jaguar Parade é uma mostra global que chegou a Belém em 2025 com o objetivo de conscientizar quanto à preservação da onça-pintada e da biodiversidade amazônica. O evento transforma a cidade em uma galeria a céu aberto, com dezenas de esculturas de onças personalizadas por artistas locais e internacionais, posteriormente leiloadas para financiar projetos de conservação ambiental.

A mostra segue aberta até 30 de novembro ao longo da orla da Estação das Docas e do Porto Futuro II.

Por Cléo Soares
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Fonte: Ministério do Turismo