Ponte da Rota Bioceânica chega a 84% de conclusão e deve unir Brasil e Paraguai em 2026

Obras da ponte avançam tanto do lado brasileiro quanto do lado paraguaio - Foto: Toninho Ruiz

A passarela terá 1,3 quilômetro de extensão e está em construção entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

A ponte internacional sobre o Rio Paraguai, que ligará o Brasil ao Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, está em fase avançada de construção. Vistoria técnica realizada no último sábado (22) constatou que dos 350 metros que compõe o vão central sobre o rio, 188 já foram concluídos. Do total das obras, 84% já estão concluídas.

A Rota Bioceânica será um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros que liga os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico ao Pacífico, pelos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.

A ponte é considerada uma peça central da rota. A passarela terá 1,3 quilômetro de extensão e 21 metros de largura, a 35 metros acima da calha do rio, contando com um trecho estaiado de 632 metros, sustentado por torres de 130 metros de altura.

A expectativa é que a junção das duas frentes de obra, ligando os lados brasileiro e paraguaio, ocorra no fim de abril de 2026.

O investimento, de US$ 100 milhões, é totalmente financiado pela Itaipu Binacional, do lado paraguaio.

Ponte da Rota Bioceânica chega a 84% de conclusão e deve unir Brasil e Paraguai em 2026
Obras da alça de acesso da ponta da Rota Bioceânica (Foto: Toninho Ruiz)

A construção da ponte começou oficialmente no dia 14 de janeiro de 2022 e integra um projeto que soma US$ 1,1 bilhão de investimentos do governo paraguaio, no trecho total de 580 km, entre Carmelo Peralta e Pozo Hondo.

Desse montante são:

  • US$ 440 milhões já garantiram a conclusão do trecho Carmelo – Loma Plata;
  • US$ 100 milhões foram destinados à ponte internacional;
  • US$ 354 milhões financiam a pavimentação da Picada 500 (PY-15);
  • Outros US$ 200 milhões serão aplicados no segmento entre Centinela e Mariscal.

A execução da ponte está sob responsabilidade do Consórcio Pybra, formado pelas empresas Tecnoedil, Paulitec e Cidades Ltda, sob coordenação do engenheiro civil paraguaio Renê Gómez.

Ponte da Rota Bioceânica chega a 84% de conclusão e deve unir Brasil e Paraguai em 2026
Previsão é que haja junção dos dois lados da ponte em abril de 2026 (Foto: Toninho Ruiz)

Alça de acesso

Paralelamente a construção da passarela, estão em andamento os trabalhos nos viadutos que integrarão as cabeceiras da ponte nos dois países.

No Brasil, também estão em andamento as obras da alça de acesso. Orçada em aproximadamente R$ 574 milhões, a alça compreende um trecho de 13,1 quilômetros de rodovia para interligar a BR-267 à ponte sobre o rio em Porto Murtinho.

Atualmente, as equipes trabalham na construção de pilares de concreto, instalação de vigas verticais e horizontais e lançamento das pré-lajes que formarão os viadutos de acesso.

Os serviços de terraplenagem encontram-se temporariamente suspensos devido às fortes chuvas e ao reequilíbrio financeiro via Governo Federal pelo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

Apesar de a ponte sobre o Rio Paraguai ter expectativa de ser entregue no primeiro semestre de 2026, as alças de acesso à rodovia só devem ser concluídas e liberadas para o público até 2028.

Rota Bioceânica

A Rota Bioceânica terá início em Porto Murtinho, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, atravessando o Paraguai e a Argentina até chegar aos portos do Chile.

Essa ligação permitirá que exportações brasileiras cheguem à Ásia com até 17 dias de economia no transporte, em comparação com a saída pelo Porto de Santos, segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

O projeto, que começou a ser debatido em 2014 e foi iniciado em 2017, tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.

A Rota Bioceânica, segundo especialistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.

Fonte: Correio do Estado