Estudantes cearenses do Programa Jovem Cientista da Pesca Artesanal do MPA são premiados em simpósio no Rio Grande do Norte

Estudantes bolsistas do programa Jovem Cientista da Pesca Artesanal, do Ministério da Pesca e Artesanal (MPA), receberam o prêmio de melhor trabalho na categoria “Manejo e Conservação dos Recursos Naturais e da Biodiversidade”, no último dia 7 de novembro, dentro do II Simpósio de Ecologia e Conservação do Semiárido, realizado na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em Mossoró, Rio Grande do Norte.

O projeto, que é fruto da parceria entre o MPA e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), foi desenvolvido pelos estudantes Mariane Lira, Felicia de Albuquerque, Cassiane Alexandre e João Pedro Honório, da Escola Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima, da cidade de Aracati, sob orientação dos professores Paulo Marinho e Albano Nunes, com o título “Distribuição e conservação do peixe-boi marinho no litoral leste do Ceará: contribuições do conhecimento tradicional de pescadores artesanais”.

De acordo com o estudante João Pedro Honório, o projeto buscou atualizar o conhecimento e distribuição do mamífero aquático peixe-boi marinho e a sua reação com a pesca artesanal. “Para isso buscamos informações sobre a espécie em comunidades tradicionais ribeirinhas e uma costeira, por meio de entrevistas. O projeto me ajudou a desenvolver uma visão mais crítica e ampla sobre assuntos variados, também auxiliou no meu crescimento pessoal e postura em apresentações e debates. Foi uma oportunidade de inserção no mundo científico e uma chance de dar voz as pessoas que mais têm contato com a espécie”, destacou.

Segundo o doutor em ecologia e professor de biologia, Paulo Henrique Dantas Marinho, foi utilizado o conhecimento tradicional dos pescadores e pescadoras artesanais de três comunidades ribeirinhas e uma costeira dos municípios de Fortim, Aracati e Icapuí. “O contato com a ONG Aquasis, presente na região há tanto tempo, também fez toda diferença, permitindo melhorar nossa pesquisa e conhecer um peixe-boi de perto durante uma translocação”, apresentou.

“Nós ficamos muito felizes e surpresos com esse prêmio, pois se tratava de um evento científico basicamente com estudantes de graduação e pós-graduação, e o fato de alunos da 2ª série do Ensino Médio serem premiados mostra que, com o devido apoio e incentivo, é possível, sim, fazer ciência de qualidade e que valoriza a biodiversidade regional e o conhecimento tradicional no ensino médio”, acrescentou Paulo Henrique.

O chefe da divisão de Territórios Pesqueiros e Integração de Políticas Públicas do MPA, Rafael Carneiro, contou que o Jovem Cientista da Pesca Artesanal não apenas oferece uma bolsa de iniciação científica, como também desperta nos alunos o interesse em seguir carreira acadêmica e ingressar em universidades federais.

“Como uma das pessoas que trabalha diretamente com esse projeto, é extremamente gratificante ver que o nosso trabalho tem gerado frutos tão significativos para a juventude da pesca artesanal brasileira, que sempre foi o objetivo do programa desde o início. Esses meninos e meninas são um grande motivo de orgulho para a Secretaria Nacional de Pesca Artesanal, e queremos vê-los alçando voos cada vez mais altos”, finalizou.

Programa Jovem Cientista da Pesca Artesanal

O Programa Jovem Cientista da Pesca Artesanal é uma das ações do Programa Povos da Pesca Artesanal, instituído pelo Decreto nº 11.626 de 2 de agosto de 2023. O Jovem Cientista da Pesca Artesanal é voltado especificamente para a juventude das comunidades pesqueiras artesanais, vinculados ao Ensino Médio da rede pública. Este programa oferece bolsas de iniciação científica júnior, visando incentivar jovens a pesquisar e estudar as múltiplas realidades da pesca artesanal, ao mesmo tempo que busca reduzir a evasão escolar nessa população.

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura