O Ministério das Mulheres encerrou, nesta quinta-feira (4), as atividades da Tenda Lilás na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília (DF). A ação levou informações sobre direitos, serviços e políticas públicas voltadas às mulheres, com diálogo direto com a população e oferta de oficinas, reafirmando o compromisso do Governo do Brasil com o fortalecimento das políticas públicas para as mulheres, o acesso à informação e a participação popular.
Durante a ação, foram distribuídos materiais informativos sobre o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, enfrentamento ao assédio no transporte público e outros temas essenciais, além de diálogos com as pessoas que circulavam pela rodoviária. A abertura da Tenda, no dia 2, contou com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, da atriz e ativista Luiza Brunet, e de representantes de organizações parceiras.
Segundo Kênia Figueiredo, coordenadora do Núcleo de Participação e Mobilização Social do Ministério das Mulheres, ao longo dos três dias de ação, a equipe abordou cerca de 30 mil pessoas, uma média de 10 mil por dia, com o apoio de 30 profissionais responsáveis pela distribuição de materiais e orientações.
“No primeiro dia, o trabalho concentrou-se na busca ativa, com os grupos posicionados nas filas, próximas às escadas rolantes e nas entradas da rodoviária. Nos dias seguintes, além da busca ativa, houve um aumento expressivo da demanda espontânea, com muitas mulheres procurando orientação e atendimento. Homens também se aproximaram, tanto para apoiar a campanha quanto para questionar a abordagem durante o diálogo direto com a população”, avaliou a coordenadora.
“Trazer o tema da importunação no transporte público para um espaço tão movimentado como a rodoviária é fundamental. Muitas mulheres, especialmente negras e periféricas, acabam silenciadas por achar que é ‘coisa da cabeça delas’. Aqui, mostramos que estamos atentos, estimulamos a denúncia e fortalecemos umas às outras”, declarou Ítala, participante do projeto
Oficina com a Patrulha Maria da Penha
Foram realizadas também oficinas com a população em situação de rua e com mulheres trans, além de rodas de conversa formadas a partir da procura espontânea de pessoas de outros estados que estavam em Brasília e atuam na pauta de enfrentamento à violência. Muitas delas souberam da Tenda Lilás pela mídia e contribuíram com suas próprias expertises.
Entre as atividades realizadas no palco da Tenda, o bate papo com a Guarda Civil Metropolitana de Ribeirão Preto, representada por Girlei Marconi, da Patrulha Maria da Penha. esclareceu dúvidas recorrentes observadas nas abordagens, como a percepção equivocada de que a Lei Maria da Penha seria responsável por aumentar a violência por “revoltar os agressores”. Girlei explicou que a lei é fundamental não apenas para a proteção das mulheres, mas também para os filhos e para os próprios homens, por estruturar mecanismos de prevenção e responsabilização.
“A Patrulha Maria da Penha existe para dar efetividade à lei e proteger mulheres, filhos e até o próprio autor da violência. A Lei Maria da Penha não aumenta a violência — ela cria mecanismos de prevenção e responsabilização. Cada ocorrência é única e exige acolhimento, orientação e consciência. Nosso trabalho diário é estar perto das vítimas, criar uma relação de confiança e evitar que novas violências aconteçam”, declarou.
Dia M: Mulheres, Mobilidade e Mais Respeito
A Tenda Lilás integrou a mobilização para o “Dia M: Mulheres, Mobilidade e Mais Respeito”, data dedicada ao enfrentamento da importunação sexual nos transportes públicos. A iniciativa visa reforçar a presença do Estado nos espaços públicos e a defesa do respeito às mulheres em ônibus, metrôs, trens e terminais.
No próximo ano, a Tenda Lilás, que tem o slogan “Não passe pano. Proteja. Denuncie. Ligue 180”, percorrerá todas as regiões do país entre janeiro e julho de 2026, em uma ação conjunta com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), movimentos sociais e instituições públicas e privadas.
21 Dias de Ativismo
A Tenda Lilás e o Dia M integram a programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Racismo, que teve início no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Neste ano, o Ministério das Mulheres preparou uma série de ações para a campanha em parceria com outros órgãos de governo e com a sociedade civil. Clique aqui para mais informações.
Fonte: Ministério das Mulheres


